Governador da Bahia lamenta morte de policial e critica ataques: "ambiente de difusão do ódio"

Rui Costa comentou caso do soldado Wesley Soares e disse que governadores e prefeitos têm sofrido ataques

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Do jornal Correio para a Rede Nordeste

Publicado em 29/03/2021 às 19:17 | Atualizado em 29/03/2021 às 19:26
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Após mais de 24 horas do policial Wesley Soares ter dado os primeiros tiros para cima no Farol da Barra, o governador Rui Costa (PT) publicou um vídeo em suas redes sociais lamentando a morte do militar. Rui disse lamentar profundamente o desfecho da operação que tentava controlar o agente em aparente “descontrole emocional”.

“Quero lamentar profundamente o fato ocorrido neste domingo e ao mesmo tempo manifestar meus sentimentos à família do policial envolvido. Também quero estender minha solidariedade a todos os policiais que participaram da operação e colocaram suas vidas em risco”, afirmou.

O governador aproveitou para criticar a repercussão negativa do caso e afirmou que tem sofrido ataques e ameaças. “O final de semana foi de ataque a mim e a governadores e prefeitos do Brasil inteiro, mas não iremos nos intimidar com mentiras e ameaças. Reafirmo meu compromisso com o enfrentamento da pandemia e com a saúde e a vida dos baianos e baianas”.

“Continuaremos lutando dia após dia por mais vacina. Vacina para policiais militares e civis, para guardas municipais e para trabalhadores da educação. Vamos continuar trabalhando pela paz em nosso país, pelo desenvolvimento, pela harmonia e pelo respeito às leis e à constituição”, concluiu.

O caso
O soldado Wesley é integrante da 72ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), de Itacaré, no sul da Bahia, e chegou à capital baiana na manhã deste domingo. Os primeiros disparos de fuzil de Wesley aconteceram na Avenida Centenário, próximo ao 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, relataram testemunhas.

A perseguição policial teve início no local até chegar ao Farol da Barra, por volta das 14h. Lá, Wesley desceu do próprio carro com um fuzil à mão. Pouco depois, começou a efetuar os disparos. Não há registro de outros feridos. Segundo a SSP-BA, ele teve um “surto psicológico”. De acordo com a Polícia Militar (PM), o rapaz demonstrava "descontrole emocional". Um especialista em gerenciamento de crise do Bope também esteve no local, para tentar uma negociação.

Antes de invadir o gramado em frente ao Farol da Barra com uma Renault Duster marrom, o policial que deu tiros para o alto foi seguido por viaturas da Polícia Militar. A perseguição começou na Avenida Sete de Setembro e encerrou apenas no ponto turístico de Salvador.

Ao chegar ao Farol, ele pintou o rosto de verde, entoou palavras de ordem e disparou dezenas de vezes. No fim da tarde, ele chegou a empurrar viaturas da polícia para longe dele - uma delas quase bateu contra um muro.

O policial militar ainda jogou no mar bicicletas e itens de vendedores ambulantes que trabalhavam no local.

Diversas equipes foram mobilizadas para conter o suspeito e isolar as ruas que davam acesso ao Farol. Além do Batalhão de Operações Policiais Especiais, foram enviadas equipes do Batalhão de Choque, Esquadrão Águia e da 11ª CIPM.

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