Provocações

'Não tenho tempo para molecagens', diz governador do Maranhão após Bolsonaro chamá-lo de 'comunista gordo'

Declaração do presidente da República foi feita durante uma transmissão ao vivo nas suas redes sociais. Flávio Dino usou o Twitter para responder ao chefe do Executivo nacional

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Renata Monteiro

Publicado em 21/05/2021 às 14:14 | Atualizado em 21/05/2021 às 14:45
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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), usou sua conta no Twitter nesta sexta-feira (21) para responder a uma provocação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que na última quinta (20) o chamou de "comunista gordo" durante a live que promove semanalmente através das suas redes sociais. Na transmissão ao vivo, o chefe do Executivo nacional diz que o gestor estadual defendeu no passado o uso da cloroquina, medicamento que não é eficaz contra a covid-19.

“Vi o vídeo que o senador lá de Rondônia, Marcos Rogério, colocou, onde vários governadores entre eles o próprio filho do Renan [Calheiros]; o outro filho do Jader [Barbalho], do Pará – o do Renan é de Alagoas; o comunistão, o comunista gordo – só no Brasil, né –, o comunista gordo Flávio Dino falou da cloroquina [sic]”, declarou o presidente. "Não quer dizer que os gordos aqui sejam de esquerda não, tá? Estou vendo uns barrigudos aqui, não é de esquerda, não", completou, se dirigindo a algumas pessoas que acompanhavam a gravação.

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No Twitter, Dino afirmou que a preocupação de Bolsonaro com o seu peso é "algo estranho e dispensável" e que não tem tempo para "molecagens" do presidente. "Bolsonaro anda preocupado com o meu peso, algo bem estranho e dispensável. Tenho ótima saúde física e mental. E estou ocupado com vacinas, pessoas doentes, medidas sociais, coisas sérias. Trabalho muito. Não tenho tempo para molecagens, cercadinhos e passeios com dinheiro público", disparou.

CPI da Covid

Na última quinta, o senador Marcos Rogério (DEM), que é aliado do governo federal, exibiu um vídeo durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid em que governadores dão algumas orientações para o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina. É possível ver na gravação os governadores Helder Barbalho (MDB-PA), Flávio Dino e Wellington Dias (PT-PI).

Em resposta a Rogério, os senadores dos Estados mencionados afirmaram que o vídeo é do início da pandemia, quando ainda não havia estudos aprofundados sobre os medicamentos. No Twitter, Wellington Dias nega que tenha indicado o uso dos remédios. "Um vídeo exibido em sessão da CPI da Covid no Senado Federal hoje foi gravado em abril de 2020 e, ao contrário do que foi dito, não está receitando cloroquina, mas afirmando o compromisso do Governo do Piauí de manter o abastecimento de medicamentos nas farmácias dos hospitais. Assim, os médicos utilizariam em seus atendimentos de acordo com suas necessidades. O critério da ciência para receitar qualquer medicamento sempre foi e será do médico", declarou o petista.

Dino, por sua vez, parabenizou a senadora Eliziane Gama (CID) por tê-lo defendido na sessão e disse que o Maranhão "tem a menor taxa de mortalidade por coronavírus do Brasil" por não seguir "fake news e loucuras".

Até a publicação desta matéria, o governador Helder Barbalho não havia se pronunciado sobre o caso.

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