INVESTIGAÇÃO

CPI da Covid: Servidor da Saúde Luis Ricardo exibe mensagens que recebeu de superiores sobre Covaxin

O chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, relatou ter sofrido pressão para acelerar a importação de doses da vacina

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Estadão Conteúdo

Publicado em 25/06/2021 às 17:44 | Atualizado em 25/06/2021 às 17:45
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O chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, relatou ter sofrido pressão para acelerar a importação de doses da vacina Covaxin, alvo de investigação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid e no Ministério Público Federal.

Ao ser questionado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre as pressões, o servidor apresentou mensagens recebidas em março pelo coronel Marcelo Bento Pires, então coordenador de Logística do Ministério, cargo subordinado à Secretaria Executiva, na época chefiada por Elcio Franco. O coronel cobrava o andamento da negociação. O servidor lembrou que, no final de março, a Anvisa negou certificado de boas práticas para Bharat Biotech, empresa indiana que produz a Covaxin.

Luis Ricardo Miranda afirmou que a licença de importação foi aberta no dia 24 de março, após correções no documento chamado "invoice", que é a nota fiscal da compra. Ele, porém, não assinou a licença. De acordo com Miranda, quem assinou foi a fiscal do contrato, chamada de Ana Regina, apesar de o servidor ser o responsável por autorizar esse tipo de procedimento. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que a comissão precisa convocar a servidora para depor.

Na CPI, o servidor também relatou que recebia ligações do empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra pelo Ministério da Saúde. Maximiano é alvo da CPI e foi convocado para depor na comissão e explicar a negociação com o governo Bolsonaro.

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