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Bolsonaro insulta jornalista após ser questionado sobre Covaxin

O contrato de compra de 20 milhões de doses da Covaxin, no valor de R$ 1,6 bilhão, é alvo de investigação do Ministério Público Federal. O preço unitário da dose foi fechado em US$ 15, quando, seis meses antes, havia sido estimado em US$ 1,34. O negócio também é alvo CPI da Covid

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Estadão Conteúdo

Publicado em 25/06/2021 às 20:48 | Atualizado em 25/06/2021 às 21:02
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a demonstrar irritação e insultou uma jornalista durante a inauguração de um centro de tecnologia nesta sexta-feira (25), em Sorocaba, após ser questionado sobre a compra da vacina Covaxin.
"Para de fazer perguntas idiotas, pelo amor de Deus", disse a uma repórter da CNN. "Foi comprada uma ampola sequer da vacina? Responda você, responda! Foi comprada? Não consumou o ato. Se é para você me julgar pelo que outros pensam, imagina o que posso pensar de você?", disse à repórter.
O contrato de compra de 20 milhões de doses da Covaxin, no valor de R$ 1,6 bilhão, é alvo de investigação do Ministério Público Federal. O preço unitário da dose foi fechado em US$ 15, quando, seis meses antes, havia sido estimado em US$ 1,34. O negócio também é alvo CPI da Covid.
Segundo o presidente, o contrato passaria pela Anvisa e ainda seria revisado. "Vocês querem imputar em mim um crime de corrupção em que não foi gasto um centavo? Dá para vocês me elogiarem por dois anos e meio sem corrupção?", disse, citando supostos atos de corrupção em governos do PT.
Quando a mesma jornalista questionou mais uma vez sobre a vacina, Bolsonaro disse que ela tinha de voltar para a faculdade. "Faculdade não, volta para o ensino primário", disse. Mais adiante, ele voltou a se exaltar com a jornalista, que o questionou sobre a negociação para a compra da vacina. "Você de novo? Volte para o jardim de infância, você. Foi empenhado o valor em fevereiro. Onde é que tem vacina para ser comprada aqui? Deixa de fazer pergunta idiota pelo amor de Deus", afirmou.
Bolsonaro nega corrupção e diz que faltava um zero em contrato com Covaxin
Em 21 minutos de entrevista, sem dar respostas objetivas às perguntas dos jornalistas, o presidente voltou a defender o tratamento precoce contra a covid-19, criticou a CPI, governadores e prefeitos que adotaram medidas de isolamento social na pandemia, e desdenhou das pesquisas que apontam queda em sua popularidade.
Na segunda-feira, 21, em Guaratinguetá, o presidente já havia destratado uma jornalista durante entrevista, após ter participado de uma solenidade de formatura de sargentos da Escola de Especialistas da Aeronáutica. Ao ser questionado por que não usava máscara, Bolsonaro tirou a proteção facial e começou a gritar. "Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz Agora?" Mostrando descontrole, ele disse ser alvo de "canalhas" e pediu "pergunta decente".
 

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