PREVARICAÇÃO

'Prevaricação se aplica a servidor público, não a mim', diz Bolsonaro

O chefe do Executivo também repetiu que não tem como ter conhecimento de todas as medidas dos 22 ministérios do governo

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Estadão Conteúdo

Publicado em 12/07/2021 às 19:28 | Atualizado em 13/07/2021 às 0:22
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Atualizada às 23h55
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que não está sujeito a sanções legais por crime de prevaricação, nesta segunda-feira (12), em entrevista coletiva realizada após encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.
"O que eu entendo que é prevaricação se aplica ao servidor público, não a mim. Mas em qualquer denúncia de corrupção eu tomo providências. Até a do Luis Miranda, mesmo conhecendo toda a vida pregressa dele, eu conversei com o Pazuello. Ele viu e não tem nada de errado", disse.
Logo em seguida, no entanto, se contradisse ao afirmar: "já estamos tomando providências. Vamos corrigir o que está sendo feito". Bolsonaro alega ainda que o deputado federal Luis Miranda, autor da denúncia das supostas irregularidades no contrato de aquisição da vacina indiana Covaxin, cometeu crime, caso tenha gravado conversa com o presidente. Afirmou que não se recorda de ter tratado da compra dos imunizantes com o parlamentar.
"Se houve gravação, isso é crime. Nada que eu me lembre foi tratado com ele Luis Miranda com a ênfase que ele está dizendo, até porque ele foi tratar de vários assuntos. Eu recebo qualquer um. Se ele gravou, está forjado o caráter dele. Eu não vou falar para divulgar ou não divulgar, é da consciência dele", disse.
Bolsonaro se recusou a revelar detalhes sobre conversas com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), apontado por Miranda como responsável pelas tratativas com a empresa intermediária no processo de compra dos imunizantes. O chefe do Executivo também repetiu que não tem como ter conhecimento de todas as medidas dos 22 ministérios do governo.

Bolsonaro diz que Luis Miranda entregou 'papéis' ao falar da Covaxin

Na mesma coletiva, o presidente confirmou que o deputado Luis Miranda deixou com ele "papéis" para sustentar a denúncia de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. "Deixou alguns papéis lá, não entrei com profundidade se era 'invox' (invoice, nota fiscal internacional), se não era. Os papéis que ele deixou lá eu passei pra frente isso daí", disse, em referência a uma suposta apuração dos fatos que teria recomendado a Pazuello.

Depois da entrevista coletiva, Miranda divulgou nota. "A declaração do presidente só confirma o que eu dissemos desde o início", afirmou no texto.

"Denunciamos as irregularidades com a certeza de que as providências seriam tomadas. Como resultado, fomos atacados e caluniados publicamente", acrescentou.

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