Eleições 2022

Pré-candidatos ao Senado da Frente Popular admitem abrir mão da disputa caso Paulo Câmara queira concorrer

Na reta final do seu segundo mandato à frente do Executivo estadual, Paulo tem até abril do ano que vem para decidir se vai ou não disputar uma posição na Câmara Federal ou no Senado. Se o governador optar por ir às urnas, ele terá que deixar o cargo que ocupa hoje

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Renata Monteiro

Publicado em 20/08/2021 às 16:19 | Atualizado em 20/08/2021 às 18:08
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A pouco mais de um ano para as próximas eleições, é praticamente um consenso que o PSB, partido que lidera a Frente Popular em Pernambuco, terá grande dificuldade em formar a sua chapa majoritária no Estado. Para além dos problemas internos que os socialistas enfrentam para escolher seu candidato a governador, hoje a coligação tem mais de 10 partidos e muitos deles já lançaram pré-candidatos para a única vaga ao Senado que estará disponível em 2022, como o PSD e o Progressistas, por exemplo.

Nas últimas semanas, contudo, alguns protagonistas dessa história têm indicado um suposto caminho para uma pacificação: a postulação do governador Paulo Câmara (PSB) à Casa Alta. De acordo com parte desses pré-candidatos, eles abririam mão dessa vaga na majoritária desde que Paulo a ocupasse. Na reta final do seu segundo mandato à frente do Executivo estadual, o socialista tem até abril do ano que vem para decidir se vai ou não disputar uma posição na Câmara Federal ou no Senado. Se o governador optar por ir às urnas, ele precisará deixar o cargo que ocupa atualmente.

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Em entrevista ao JC, o deputado federal Eduardo da Fonte, que preside o Progressistas em Pernambuco, afirmou que, pelo tamanho do partido e por sua história na Frente Popular, tem "certeza que o PSB irá colocá-lo como prioridade na aliança". "Nosso partido está na Frente Popular desde 2006, fomos um dos fundadores da coligação, estivemos com o PSB nas últimas quatro eleições deles para o Governo de Pernambuco. É como diz o ditado, antiguidade é posto. Além disso, somos o terceiro partido em tempo de TV, o terceiro no Estado em número de prefeitos eleitos, a segunda maior bancada da Câmara do Recife e a primeira da Alepe, empatada com o próprio PSB. Tenho certeza que eles vão levar isso em consideração na definição da chapa", declarou.

Apesar de evitar falar em um possível desembarque da coligação caso o PP seja preterido da majoritária, o parlamentar disse, sem citar nomes, que a agremiação não aceitará "um personagem novo chegar e já se sentar na janela". "Os critérios que devem ser levados em consideração é o tamanho do partido e a sua representatividade na coligação ao longo dos anos. Hoje, o único cenário que nos faria abrir mão da vaga do Senado seria a candidatura de Paulo, mas aí nós teríamos que estar representados na vice", cravou Eduardo da Fonte, afirmando que, para a vice, o PP indicaria alguém como o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Eriberto Medeiros, ou o deputado federal Fernando Monteiro.

No início deste mês, em entrevista ao programa Cidade em Foco, da Rede Agreste de Rádios, o presidente do PSD-PE, André de Paula, afirmou que também abdicaria do desejo de disputar o Senado em 2022 caso Paulo Câmara ocupasse essa posição. "O nome do governador reúne a frente inteira. É natural, ele é um nome muito forte, está há 8 anos no governo, andando pelo Estado inteiro, tocando obras. (...) Essa minha pretensão deixa de existir se Paulo Câmara quiser ser candidato a senador", garantiu o deputado federal.

Apesar de ser um cenário pouco provável para o próximo pleito, no passado o PSB já montou uma chapa em que ocupava tanto a vaga para o governo quanto uma das do Senado. Isso ocorreu em 2014, quando o próprio Paulo estreava nas urnas e o hoje senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) ainda compunha as hostes socialistas. Atualmente, o governador tem evitado falar sobre o seu futuro eleitoral.

Mesmo não se colocando oficialmente como pré-candidato ao Senado, o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos) sempre é lembrado por lideranças da Frente Popular como uma possibilidade para o posto quando se fala em 2022. Diferentemente dos aliados, o parlamentar não nega que sente o desejo de "representar o povo pernambucano" na Casa Alta, mas diz que não pretende reivindicar um espaço na majoritária. "Uma candidatura majoritária não se impõe, se constrói, é muito mais destino do que projeto pessoal. Na hora certa nós vamos conversar sobre o Senado Federal. Hoje, o nosso desejo é construir, sob a liderança do governador Paulo Câmara, um projeto que fortaleça Pernambuco", pontuou.

O fator PT

Além da acomodação das siglas que já estão ao seu lado, o PSB tem conversado com o PT sobre um possível regresso do partido do ex-presidente Lula à Frente Popular, coisa que, caso se concretize, trará mais um elemento para esse imbróglio que os socialistas têm que resolver. Em entrevistas recentes, lideranças petistas como o deputado estadual Doriel Barros e o senador Humberto Costa têm dito que se a união for realmente retomada, o PT fará questão de ocupar ou a vaga ao governo ou o espaço para o Senado.

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