Polícia apreende arma de fogo na residência de vice-prefeito de Chã Grande durante operação que apura fraude em licitações
O político não estava na residência durante a operação policial
Na Operação Sequência Real II, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco nesta terça-feira (24), foi apreendido um revólver e munições na residência do vice-prefeito de Chã Grande, Sandro Corrêa (Avante).
O político foi alvo de mandado de busca e apreensão na operação que investiga fraudes em licitações e desvio de dinheiro público nas prefeituras de Amaraji e Gameleira.
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"Foram cinco mandados busca e apreensão expedidos juízo de Amaraji e a polícia apreendeu documentos, comprovantes de pagamento, certidões de propriedade, celulares, computadores, notebooks e uma arma de fogo. Revólver e munições, que serão submetidas à análise da polícia", afirmou a delegada Isabella Veras, adjunta da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco).
De acordo com a delegada, o vice-prefeito não tinha posse nem porte de arma de fogo e não estava na residência no momento da busca e apreensão.
Sandro Corrêa concedeu entrevista ao G1 e afirmou que estava ausente da cidade por causa de uma viagem a Brasília, programada desde julho, para participar de um evento com vereadores e com o prefeito. Ele afirmou estar à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos, disse não saber bem do que se trata a operação e confirmou ter prestado serviços para o município, atendendo as pessoas em várias áreas da advocacia. Sobre a apreensão da arma, ele declarou que o revólver é antigo, que não usa e que pode "estar até sem funcionar".
Investigações
As investigações que culminaram na operação tiveram início em maio de 2019, com o objetivo de identificar e desarticular uma associação criminosa suspeita de praticar os crimes de peculato, fraude à licitação, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
"A Polícia Civil de Pernambuco identificou cinco fraudes licitatórias na modalidade convite realizadas pela Prefeitura de Amaraji, na gestão do ex-prefeito e outras por meio de dispensa de licitação, falsidade de documentos apresentados no bojo dos processos licitatórios e na quebra bancária identificamos o cometimento de lavagem de dinheiro pelos investigados", afirmou a delegada.
Segundo Isabella Veras, os beneficiários seriam um ex-prefeito e uma ex-presidente da Câmara de Vereadores, que é sua esposa, que não tiveram os nomes revelados. Além de familiares e pessoas contratadas. "Essa licitação foi para serviço de assessoria jurídica, temos vários advogados beneficiados com contratação fraudulenta", disse. A Polícia Civil informou que a prefeita de Amaraji, Aline Gouveia (PSB), também foi alvo por conta de transações bancárias suspeitas.