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Prefeitura de Alagoinha, no Agreste de Pernambuco, é alvo de operação; MPPE estima prejuízo aos cofres públicos de R$ 6 milhões

Os mandados de busca e apreensão também foram cumpridos nos municípios de Pesqueira e Garanhuns

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Mirella Araújo

Publicado em 26/08/2021 às 14:53 | Atualizado em 26/08/2021 às 17:17
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Matéria atualizada às 17h17

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) deflagraram, na manhã desta quinta-feira (26), a operação Smurf, no Agreste de Pernambuco. A operação tem como alvo a Prefeitura de Alagoinha, mas os 11 mandados de busca e apreensão cumpridos pelas equipes do Grupo de Atuação Especializada de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco/MPPE) e do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI/PMPE), também foram executados nas cidades de Pesqueira e Garanhuns. 

De acordo com as investigações, estima-se que o prejuízo aos cofres públicos seja de aproximadamente R$ 6 milhões. Segundo o promotor Frederico Magalhães, coordenador do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), a investigação, que foi iniciada em 2019, almeja colher documentos e equipamentos eletrônicos que possam contribuir com a investigação em desfavor de nove alvos distribuídos nos três municípios, sendo a base em Alagoinha.

 

“A operação está sendo realizada em empresas, residências e prédios públicos visando solidar a investigação e trazer mais subsídios que possam confirmar a hipótese apurada. A investigação ainda está em curso e não descartamos a possibilidade de novas atividades no futuro”, comentou o coordenador do Gaeco.

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos aparelhos celulares dos indivíduos alvo da operação, talões de cheque, notebook, HDs e pendrives, CPU, documentos e dinheiro. Os investigados foram notificados para as oitivas a serem realizadas na próxima segunda-feira (30). O não comparecimento dos investigados poderá configurar crime de desobediência.

A operação contou com 11 promotores de Justiça, 60 policiais militares e 15 agentes do MPPE. Foram expedidos 11 mandados de busca e apreensão. Três empresas estariam envolvidas nos delitos. Cinco servidores públicos estão sendo investigados, sendo um vice-prefeito, uma tesoureira e um secretário municipal. Segundo informações do MPPE, três pessoas foram presas e duas armas de fogo foram apreendidas. Na ocasião, duas pessoas foram conduzidas até a delegacia por portar arma de fogo de forma irregular.

Resposta

Procurado pela reportagem, o prefeito de Alagoinha, Uilas Leal (PSB), afirmou que está a disposição para prestas esclarecimentos, mas que não tem informações sobre as irregularidades que estão sendo investigadas na operação, envolvendo o vice-prefeito Maurílio Almeida (PSB). “Acredito que tudo será esclarecido, não tenho nenhuma informação a respeito e nem tenho detalhes do que possa ter ocorrido, pois se trata de uma gestão anterior a minha. Estamos à disposição para prestar os esclarecimentos necessários”, disse o gestor.

Maurílio Almeida já foi prefeito do município por dois mandatos. Ele também foi procurado pela reportagem e classificou as denúncias como “questões políticas”, mas  que está com a consciência tranquila de que os serviços prestados na época em que era gestor, foram praticados dentro da legalidade. “Estou tratando essa questão com muita tranquilidade, sou inocente. O Ministério Público está fazendo o trabalho dele, mas essas denúncias são por questões políticas. Tudo que fiz nos oito anos que estive a frente da Prefeitura foi para o bem da população de Alagoinha”

As empresas envolvidas teriam prestado serviços de eventos e locação de veículos. “Não houve nada de errado, o problema é que o município é muito pequeno e existe muita politicagem. Quero que tudo seja esclarecido”, defendeu.


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