ONU muda regras, e Bolsonaro poderá abrir Assembleia-Geral mesmo sem vacina
A Organização das Nações Unidas confirmou nesta quinta-feira, 16, que não exigirá comprovante de vacinação contra a covid-19 das autoridades que estarão presentes na próxima 76ª Assembleia-Geral, marcada para começar no dia 21 de setembro
A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou nesta quinta-feira, 16, que não exigirá comprovante de vacinação contra a covid-19 das autoridades que estarão presentes na próxima 76ª Assembleia-Geral, marcada para começar na próxima terça, 21, em Nova York. A notícia é positiva para o presidente Jair Bolsonaro, que fará o tradicional discurso de abertura, e tem dito que vai pensar se vai se vacinar após todos os brasileiros serem imunizados.
Antes da nova orientação, o presidente da Assembleia-Geral da ONU, Abdullah Shahid, comunicou aos diplomatas do mundo todo que defende a exigência da cidade sede do evento de comprovante de vacinação contra covid-19 para liberar a entrada no plenário onde acontecerá a assembleia.
Em transmissão ao vivo pelas redes sociais na quinta-feira, 16, Bolsonaro confirmou que viajará a Nova York e disse ainda que seu discurso será "tranquilo e objetivo". Disse também que defenderá a tese do "marco temporal". No início do mês, a entidade demonstrou preocupação pelo modo como as pautas indígenas têm sido tratadas no Brasil. É uma tradição o presidente brasileiro ser o responsável pela abertura do evento. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, presente na live de ontem, também irá à Assembleia-Geral da ONU.
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Dois episódios foram fundamentais para a mudança na orientação das Nações Unidas. O primeiro foi uma declaração da Rússia de que a exigência do documento seria discriminatória. Na sequência, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse em entrevista à Reuters que "não pode dizer a um chefe de Estado que não estiver vacinado que ele não pode entrar nas Nações Unidas".
Ontem, Shahid notificou a delegação dos países por meio de carta enviada aos 193 Estados-membros da ONU, obtida pela Reuters.
Por ser considerada território internacional, a sede da ONU não está sujeita às leis americanas, mas, em outras ocasiões, autoridades do órgão prometeram respeitar as orientações do governo local e federal de controle da pandemia.
Circulação limitada
Ainda que possa acessar a ONU sem vacina, Bolsonaro terá circulação limitada na cidade de Nova York. Desde segunda-feira, 13, a prefeitura passou a fiscalizar a regra estabelecida em agosto que exige comprovante de vacinação para entrar na área fechada de bares e restaurantes, por exemplo. Os clientes precisam comprovar que receberam ao menos a primeira dose de alguma das vacinas aprovadas nos EUA ou pela OMS. Caso contrário, só é possível realizar refeições, por exemplo, na área externa dos restaurantes.
Na última quarta, o prefeito nova iorquino, Bill de Blasio, afirmou que a cidade vai fornecer testes de covid-19 de graça e doses da vacina da Janssen, de dose única, do lado de fora da sede da ONU. Com pandemia, cirurgias eletivas têm queda de 25,9% no 1º semestre no País