Ministério Público

MPF denuncia Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, por propinas de R$ 2,5 mi da Global Saúde nos Correios

A investigação aponta o pagamento de propina em troca da venda de um serviço de seguro para remédios aos funcionários da estatal de entregas

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Estadão Conteúdo

Publicado em 30/09/2021 às 21:54 | Atualizado em 30/09/2021 às 22:19
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O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro contra o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, a irmã e sócia dele, Michelli Maximiano Gonçalves, o ex-executivo dos Correios, Nelson Luiz Oliveira de Freitas, o ex-presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), José Rivaldo da Silva, e o advogado Alexandre Romano por participação em um suposto esquema que teria favorecido a empresa Global Gestão em Saúde em um contrato com os Correios.

A investigação aponta o pagamento de R$ 2,5 milhões em propinas pela Global, entre 2011 e 2014, em troca da venda de um serviço de seguro para remédios aos funcionários da estatal de entregas.

A denúncia teve como ponto de partida o acordo de colaboração premiada de Alexandre Romano, que é ex-vereador de Americana (SP) pelo Partido dos Trabalhadores (PT). De acordo com as apurações, o convênio com a Global Saúde foi fechado através da Fentect, entidade privada que recebe recursos dos Correios, para burlar a necessidade de licitação.

Em um primeiro momento, a adesão ao plano por parte dos trabalhadores era voluntária. Na fase inicial, Maximiano pagaria uma propina de R$ 50 mil mensais para Romano e Freitas. Em 2013, foi criada a Postal Saúde, entidade sem fins lucrativos que passou a ser responsável pela gestão de saúde dos funcionários dos Correios, incluindo o contrato com a Global. No ano seguinte, a adesão ao 'Vale Medicamento' passou a ser obrigatória, o que fez com que o faturamento da Global Saúde pulasse de aproximadamente R$ 800 mil para R$ 3,2 milhões, segundo a investigação. Como resultado, o valor das propinas pagas também quadriplicou, passando de R$ 50 mil para R$ 200 mil mensais, de acordo com o MPF.

Na tentativa de ocultar a origem dos valores recebidos, Alexandre Romano teria usado uma corretora de seguros e empresas de fachada para simular contratos de prestação de serviços com a Global Saúde.

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