OFENSAS

Saiba quem é Frederico D’Avila, deputado bolsonarista que chamou o papa de 'vagabundo' e 'pedófilo'

Os xingamentos foram proferidos na última quinta-feira (14), em seu discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp)

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Marcelo Aprígio

Publicado em 18/10/2021 às 7:38
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Após atacar o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, toda a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o papa Francisco, chamando-os de “safados”, “vagabundos” e “pedófilos”, o deputado estadual bolsonarista Frederico D’Avila (PSL-SP) se tornou um dos assuntos mais comentados do país (veja o vídeo abaixo).

Os xingamentos foram proferidos na última quinta-feira (14), em seu discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), depois que, no feriado de Nossa Senhora Aparecida, na terça-feira (12), Dom Orlando Brandes criticou a disseminação de notícias falsas e o armamento da população brasileira. Apesar de não mencionar o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o religioso utilizou o slogan do governo federal para afirmar que "para ser pátria amada não pode ser pátria armada".

O parlamentar, então, atacou ferozmente a declaração. “Seu vagabundo, seu safado da CNBB, dando recadinho para o presidente [Bolsonaro], para a população brasileira, que pátria amada não é pátria armada. Pátria amada é a pátria que não se submete a essa gentalha”, disse D’Avila.

No mesmo discurso, o bolsonarista foi além, estendendo as ofensas ao papa e à CNBB. “Seu vagabundo, safado, que se submete a esse papa vagabundo também. A última coisa que vocês tomam conta é do espírito, do bem-estar e do conforto da alma das pessoas. Você acha que é quem para ficar usando a batina e o altar para ficar fazendo proselitismo político? Seus pedófilos safados, a CNBB é um câncer que precisa ser extirpado do Brasil”, gritou no plenário.

Quem é D’Avila?

Apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o parlamentar foi eleito para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em 2018, com o apoio do setor agrícola. Antes, porém, foi assessor especial do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), entre 2011 e 2013.

Nascido na capital paulista, em 2 de novembro de 1977, participou também da diretoria e do conselho da Sociedade Rural Brasileira de 2017 a 2020.

Com passagem pelo meio rural por um longo período antes de entrar na política, Frederico D’Avila é conhecido como a principal liderança do agronegócio paulista a apoiar Bolsonaro, à época no PSL, na corrida pela Presidência da República.

Além disso, o deputado é autor do PL 92/2019, que institui o Programa Cívico-Militar no ensino fundamental e médio da rede pública e privada de ensino no Estado de São Paulo.

CNBB pede ação contra D’Avila

Nesse domingo (17), a CNBB cobrou da Alesp “medidas internas eficazes, legais e regimentais” contra Frederico D’Avila. No texto, a entidade cita “o ódio descontrolado do parlamentar” e diz que espera ações para que o “ultrajante desrespeito seja reparado em proporção à sua gravidade”.

Na carta, a CNBB também disse que “tratará esse assunto grave nos parâmetros judiciais cabíveis”. A entidade afirmou que “as ofensas e acusações proferidas pelo parlamentar - protagonista desse lastimável espetáculo - serão objeto de sua interpelação para que sejam esclarecidas e provadas nas instâncias que salvaguardam a verdade e o bem”.

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