CPI da Covid

Aziz diz que CPI não permitirá relatório "engavetado" e rebate Bolsonaro: "A Justiça vem"

O presidente da CPI da Covid disse que não permitirá que "nenhum cidadão, seja a autoridade que for" ache que pode engavetar o relatório

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 20/10/2021 às 14:19
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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), rebateu nesta quarta-feira, 20, informação de que Jair Bolsonaro teria “gargalhado” ao saber do relatório final da comissão, que foi lido por Renan Calheiros (MDB-AL) em sessão do grupo. A matéria é do jornal O Povo para a Rede Nordeste.

“Eu não quero crer que o presidente, quando viu o relatório, foi avisado, deu gargalhada. O presidente deu gargalhada da falta de ar, quando mandou a mãe comprar vacina. Presidente, a gente tem respeito pelo cargo de Vossa Excelência (...) mas pode ter certeza que nós não vamos nos permitir que nenhum cidadão, seja a autoridade que for, ache que pode engavetar esse relatório”, disse Aziz.

“As imputações que estão sendo feitas contra a sua administração e contra a sua pessoa são muito sérias. E rir, nesse momento, não creio que seja uma risada de alívio. Pelo contrário: a sua risada é de temor. E a Justiça vem. Vem pelos homens e vem pela Justiça divina”, disse o senador, pouco antes de encerrar a sessão desta quarta-feira.

“Coro demoníaco”

Resumindo as acusações no relatório, Renan acusou o governo federal de ter "assentido com a morte de brasileiras e brasileiros" por ter sido “omisso e optado por agir de forma não técnica e desidiosa no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus”. Renan também apontou a existência de "interesses escusos" em meio a ações de autoridades federais durante a pandemia.

"Essa CPI foi a primeira a comprovar as digitais de um presidente da República na morte de milhões de cidadãos", disse. "Esse trabalho silenciou um coro demoníaco vindo de uma catedral da morte sediada pelo governo federal, geraram uma necrópole aterradora, marcada pelo desprezo à vida, o escárnio com a dor das mais de 600 mil famílias, a insensibilidade e a indiferença humanitária", continua.

O senador destacou a comprovação, por meio dos trabalhos da CPI, da existência de um “gabinete paralelo” para aconselhamento do governo federal durante a pandemia, a intenção de imunizar a população por meio da chamada “imunidade de rebanho” e a priorização de tratamentos “sem amparos científicos”, em detrimento da vacinação da população.

Para Renan, esses pontos apontam que o Governo Federal, "que tinha o dever legal de agir", "assentiu com a morte de brasileiros". Com a leitura do relatório, a CPI praticamente encerrará suas atividades, tendo como último dever apenas a votação do relatório, que deve ficar para a próxima terça-feira, 26.

Genocídio e homicídio qualificado

Na noite desta terça-feira, 19, o “G7” – grupo de sete senadores de oposição ou independentes – decidiu retirar do texto pedidos de indiciamento pelos crimes de genocídio de indígenas e de homicídio qualificado. Na reunião, o grupo também desistiu de incluir o pastor Silas Malafaia entre os acusados pela comissão.

O documento tem mais de 1.110 páginas, distribuídas em 16 capítulos. O Ceará é citado 18 vezes no documento, que chega a incluir uma viagem de Bolsonaro ao Estado em uma das acusações por descumprimento de medidas sanitárias contra a Covid-19.

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