É uma lástima, diz presidente do PCdoB sobre briga entre Lula e Ciro
Para a presidente nacional do PCdoB e vice-governadora, Luciana Santos, os dois políticos possuem um papel fundamental para a democracia brasileira e, neste momento, seria importante ter disposição para investir em um caminho de unidade
A formação de uma frente ampla encabeçada por partidos de esquerda para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, tem esbarrado no clima de tensão provocado pelos ataques entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula (PT) da Silva e o ex-ministro Ciro Gomes.
Para a presidente nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, os dois políticos possuem um papel fundamental para a democracia brasileira e, neste momento, seria importante ter disposição para investir em um caminho de unidade.
“É uma lástima que a gente não consiga construir um caminho mais arejado em um momento tão importante da história brasileira, de um ponto de virada que nós precisamos dar”, declarou a vice-governadora, ao JC.
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O presidenciável Ciro Gomes tem intensificado o discurso antipetista para disparar duras críticas ao ex-presidente Lula. Ele chegou a acusar o líder petista de ter conspirado a favor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em resposta, Lula disse que acredita que seu ex-ministro deve ter tido algum tipo de sequela em decorrência da covid-19. Ao jornal Folha de S. Paulo, Ciro Gomes, afirmou que não há sequelas, “mas trágico mesmo seria ter uma sequela moral, como a do notório Lula, que com este comentário infame acaba de agredir milhões de mortos e sobreviventes da covid”, retrucou.
APOIO
Reconduzida à presidência nacional do PCdoB por mais quatro anos, no último domingo (17), Luciana Santos afirmou que ainda não há definição sobre quem o partido irá apoiar tanto a nível nacional, quanto local. Em Pernambuco, a sigla compõe o bloco da Frente Popular e ocupa a vice-governadoria. Caso o governador Paulo Câmara (PSB) se desincompatibilize do cargo, em abril, para disputar uma vaga no Senado ou na Câmara, ou ainda saia como candidato a vice-presidente em uma chapa nacional, Luciana assumiria a gestão até o fim de 2022.
“Ainda não tem definição. Nós achamos que ainda há muitas coisas para evoluírem e a gente está conversando muito, com todos os atores dessa disputa de 2022, mas não tem definição ainda”, declarou a dirigente.
Com a aprovação da federação partidária, o PCdoB tem buscado dialogar com diversos partidos políticos como estratégia de sobrevivência para o próximo pleito. Diante do desempenho nas urnas em 2018, o partido teria dificuldades em atingir a chamada "cláusula de barreira”, onde é necessário atingir 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, em pelo menos um terço das unidades da federação.