Presidente da Itália recebe Bolsonaro em meio a protestos contra concessão de cidadania honorária
Bolsonaro embarcou no avião presidencial com uma delegação composta por vários ministros, foi recebido por Mattarella no Palácio do Quirinal
O presidente Jair Bolsonaro desembarcou na Itália nesta sexta-feira (29) para participar da Cúpula do G20 em Roma, e foi recebido pelo presidente da República italiana, Sergio Mattarella.
A primeira visita de Bolsonaro, que tem origem italiana, ao país gerou protestos da associação antimáfia Libera, indignada com a concessão do título de cidadão honorário pela cidade de Anguillara Veneta, no norte da península.
A viagem ocorre em um contexto delicado, pois o chefe de Estado brasileiro tem sido fortemente criticado em âmbito internacional por relativizar a disseminação do coronavírus e por sua política ambiental.
Bolsonaro, que embarcou no avião presidencial com uma delegação composta por vários ministros, foi recebido por Mattarella no Palácio do Quirinal, sede da presidência italiana, um dos poucos eventos oficiais programados.
O presidente brasileiro participará no sábado e no domingo da cúpula do G20, com foco nos temas covid-19, recuperação econômica e mudanças climáticas, mas não participará da conferência COP26 em Glasgow, na Escócia, que começa na segunda-feira (1).
De acordo com sua programação oficial, Bolsonaro viajará na segunda para o norte da Itália para receber a cidadania honorária de Anguillara Veneta, de onde sua família emigrou há mais de um século.
A decisão desta semana de designar o presidente Bolsonaro como cidadão honorário dessa pequena comunidade na região do Vêneto causou comoção na Itália.
"Recebemos esta notícia com espanto e lembramos que a ação política do presidente Bolsonaro é caracterizada por uma multiplicidade de atos considerados contrários aos direitos humanos e ambientais, implementando uma política genocida contra a população, com desprezo e ofensas contra mulheres e homossexuais, ações de desmatamento e violações contra populações indígenas residentes em áreas amazônicas", protestou a Libera em um tweet.