ELEIÇÕES 2022

Pré-candidata oficial do MDB, Simone Tebet critica Bolsonaro e defende responsabilidade fiscal

Única mulher até agora a ter o nome colocado na disputa e fortalecida por uma participação importante da CPI da Covid, Simone terá o desafio de fazer seu nome decolar mais rapidamente do que a ação dos partidos

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Estadão Conteúdo, Emannuel Bento

Publicado em 08/12/2021 às 14:23 | Atualizado em 08/12/2021 às 14:26
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Um dos alvos preferenciais dos partidos de centro, de direita e de esquerda para compor uma chapa presidencial em 2022, o MDB lançou nesta quarta (8), a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS) ao Palácio do Planalto. Única mulher até agora a ter o nome colocado na disputa e fortalecida por uma participação importante da CPI da Covid, Simone terá o desafio de fazer seu nome decolar mais rapidamente do que a ação dos partidos que desejam ter o apoio do MDB para seus próprios candidatos.

A decisão foi aprovada por filiados durante ato em um hotel na Asa Sul, em Brasília. O lançamento contou com a presença de lideranças do MDB e caciques de outros partidos, como o presidente do PSL, Luciano Bivar, que fechou uma fusão com o DEM para fundar o União Brasil, e o presidente do PSDB, Bruno Araújo. Essas legendas também disputam o espaço da terceira via para tentar se viabilizar em 2022. Um grupo de militantes resgatou bandeiras do partido confeccionadas para a convenção do MDB de 2019, que colocou Baleia Rossi no comando da sigla. Durante o lançamento da pré-candidatura de Simone Tebet, Baleia Rossi classificou a decisão como um "dia histórico" para a legenda.

Reposicionamento

Citada como uma espécie de "vice ideal" por aliados de pré-candidatos como João Doria (PSDB), Sérgio Moro (Podemos) e Rodrigo Pacheco (PSD), Simone trabalhou para fortalecer sua candidatura. Tem o apoio do presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), que enxerga o movimento como uma possibilidade de reposicionar o partido no jogo político. Além disso, o perfil da candidatura de Simone é visto com grande potencial para atrair o eleitor insatisfeito com a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro.

Com a exceção de Sérgio Moro, cuja candidatura começou a ganhar tração nas pesquisas, outros nomes da chamada terceira via são vistos no mesmo estágio (ou abaixo) de popularidade que o de Simone. Em conversas recentes, questionada sobre a possibilidade de uma composição como vice, Simone tem sido aguda na resposta. E rebate dizendo que vai conversar c sobre a vaga de número dois na chapa que pretende encabeçar. 

Críticas a Bolsonaro

Ao ser lançada como pré-candidata do MDB à Presidência da República, a senadora Simone Tebet (MS) mirou suas críticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao que chamou de "aventureiros" nas eleições, movimento visto como contraponto ao ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. Com o lançamento de Tebet, o partido entra na disputa pelo espaço da terceira via em 2022, mas ainda condicionado à viabilidade eleitoral da senadora ao longo da pré-campanha.

"O governo que aí está cria crises artificiais, mas é mais grave do que isso, promove a discurso do ódio, a polarização. Numa única palavra, quer aniquilar as minorias", disse a senadora. Tebet defendeu uma discussão sobre um projeto nacional e regional de desenvolvimento do País, com uma renda básica permanente, porta de saída para geração de empregos, educação de qualidade e inclusão digital para todos os brasileiros.

Emedebistas fizeram críticas à antipolítica e à criminalização dos políticos, em um recado a Sérgio Moro, que vem disputando o espaço da terceira via e conquistado ex-apoiadores de Jair Bolsonaro. "O Brasil não pode estar mais à mercê de aventureiros, de outsiders, é preciso experiência administrativa e de gestão", afirmou a senadora. "Não só estou pronta, mas temos condições de sermos juntos o próximo ou a próxima presidente da República.

"Crítica da política econômica do governo Bolsonaro, Simone Tebet defendeu um compromisso com as âncoras fiscais do País. "Sem responsabilidade fiscal, nós já sabemos esse caminho nefasto, nós não garantimos o que é necessário para esse caminho ser feito", afirmou Tebet ao defender uma renda básica com porta de saída e "igualdade de oportunidades".

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