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Ex-CEO da Ecovias diz ter repassado R$ 3 milhões de caixa 2 para campanha de Alckmin

Em acordo de colaboração fechado com o Ministério Público de São Paulo, o executivo afirmou que a empresa fez os repasses 'por uma política de boa vizinhança' com Alckmin

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Estadão Conteúdo

Publicado em 16/03/2022 às 15:00 | Atualizado em 17/03/2022 às 16:44
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Em acordo de colaboração fechado com o Ministério Público de São Paulo, o ex-CEO do grupo Ecovias, Marcelino Rafart de Seras, declarou que a empresa fez repasses de mais R$ 3 milhões via caixa 2 para campanhas do ex-governador Geraldo Alckmin - provável candidato a vice em uma chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições ao Planalto em 2022. O colaborador afirmou que a empresa fez os repasses 'por uma política de boa vizinhança' com Alckmin.

As declarações foram feitas na época que Seras fechou o acordo com o MP, em abril de 2020. Com a homologação feita pelo Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo nesta terça-feira (15) os integrantes da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público começam a ouvir investigados. O Estadão apurou que pelo menos 30 citados vão ser ouvidos.

A decisão do Conselho Superior foi tomada por unanimidade. O ex-presidente da Ecovias vai pagar R$ 12 milhões, segundo prevê o acordo, a título de indenização ao Tesouro.

Em depoimento já prestado anteriormente aos promotores, o executivo chegou a afirmar que 'todas as licitações de concessões de rodovias no Estado de São Paulo entre 1998 e 1999 foram fraudadas'.

As informações já reveladas pelo 'colaborador' da Ecovias - que na época tinha o nome de Primavi -, vão permitir aos promotores traçarem o mapa da investigação. Segundo ele, na época das licitações, os grupos econômicos 'combinaram os valores entre si para pegar as concessões'.

COM A PALAVRA, O EX-GOVERNADOR

Alckmin reagiu nesta quarta-feira (16) o acordo de colaboração premiada do ex-CEO do grupo Ecovias. O ex-governador disse que não teve acesso aos termos da colaboração, mas 'sabe que a versão divulgada não é verdadeira'.

Em nota, o ex-governador negou ter recebido doações ilegais ou não declaradas e afirmou que todas as suas contas de campanha foram fiscalizadas pela Justiça Eleitoral e pelo Ministério Público.

O ex-tucano, que se desfiliou do PSDB em dezembro do ano passado após mais de três décadas no partido, afirmou ainda que ordenou 'diversas ações contra os interesses de concessionárias', inclusive da Ecovias (antiga Primavi), durante seu governo.

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