Alepe

'Não dá para fazer do tráfico de drogas um palanque político', diz Rodrigo Novaes sobre crise em Porto de Galinhas

Deputado estadual usou a tribuna da Alepe nesta terça para responder críticas a respeito da atuação do Executivo estadual em meio aos casos de violência registrados no Litoral Sul na última semana

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Renata Monteiro

Publicado em 05/04/2022 às 18:40 | Atualizado em 05/04/2022 às 18:40
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As cenas de violência registradas na última semana em Porto de Galinhas, no Litoral Sul do Estado, continuam a reverberar e foram o motivo de um intenso debate entre deputados governistas e de oposição na Assembleia Legislativa (Alepe) nesta terça-feira (5). Depois de ouvir duras críticas do deputado Romero Sales Filho (UB) às ações do governo estadual diante da crise, o deputado estadual e ex-secretário de Turismo de Pernambuco, Rodrigo Novaes (PSB), foi à tribuna defender a atuação da gestão Paulo Câmara (PSB) no caso.

"Houve, como manda a lei e a boa técnica policial, o uso progressivo da força, nos moldes como deveria ser feito. Acompanhou-se as manifestações pacíficas na manhã da quinta-feira, depois as interdições foram desfeitas na tarde da quinta-feira, e houve o máximo da operação quando, na noite da quinta-feira, os atos se tornaram mais violentos. Evidentemente, a ação violenta é, por si só, extravagante, extraordinária, às vezes surpreende, mas o fato é que o Estado agiu como deveria, de maneira justa, adequada, no tempo que deveria acontecer e, inclusive, em sintonia com o Poder Municipal", observou Novaes, durante a sessão.

Na última quarta-feira (30), a menina Heloysa Gabrielly, de 6 anos, foi morta após ser atingida por um tiro durante ação policial contra traficantes na comunidade de Salinas, em Porto de Galinhas. Depois da tragédia, vários protestos foram realizados no local e um deles, na quinta-feira (31), levou a atos de vandalismo que chegaram a deixar a parte da cidade sitiada.

Rodrigo Novaes também chegou a rechaçar o que classificou como o "uso político" do que ocorreu no destino turístico, e chamou a atenção do deputado Alberto Feitosa (PL), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e outro crítico da ação do governo estadual em Porto de Galinhas, para o fato de que o governo federal também tem responsabilidades sobre a situação do tráfico de drogas no País.

"É como se o tráfico de drogas fosse algo de Ipojuca ou de Pernambuco. Não há tráfico de drogas no Rio de Janeiro, não há tráfico de drogas em São Paulo, no Centro-Oeste, em Minas Gerais, no Mato Grosso, na região Norte, no Amazonas, na Bahia, no Ceará, no Espírito Santo. Eu posso citar todos os estados da Federação onde o tráfico de drogas tem uma força descomunal, mas o problema não é do governo federal, mas do Governo de Pernambuco", disse o ex-auxiliar de Paulo Câmara, em tom de ironia.

"Para se combater o crime, principalmente o crime organizado, é preciso ter responsabilidade e maturidade. Não dá para fazer do tráfico de drogas um palanque político. Não dá para você apontar o dedo, apontando culpas, com palavras de ordem ou frases de expressão para ver se vira matéria nos blogs, porque isso não vai cuidar do tráfico", completou Rodrigo Novaes.

Antes disso, Romero Sales, que é filho da prefeita de Ipojuca, Célia Sales, declarou que o Executivo estadual demorou a assistir a população da cidade, mesmo tendo sido comunicado que a situação no local era delicada. "Infelizmente o governo estadual só age depois do tiro, depois da morte. Depois o governo chega, muito depois o governo dialoga, se é que isso existe nesta gestão", declarou o deputado oposicionista tempo de oposição da sessão plenária desta terça-feira (5).

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