eleições 2022

Doria fala em quebrar polarização e pede a Leite 'grandeza para perder'

O tucano se referiu a Eduardo Leite como "um bom rapaz", mas aproveitou para dar um conselho ao colega

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Ana Maria Miranda

Publicado em 08/04/2022 às 12:14
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Do Estadão Conteúdo
 
O pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Doria, afirmou que é possível quebrar a polarização eleitoral entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e que a força dos partidos da chamada terceira via (União Brasil, Cidadania, MDB e PSDB) será suficiente para impulsionar o candidato escolhido para representar o campo.
 
Doria também pediu que o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tenha "grandeza para perder". A declaração foi dada ao comentar os movimentos do correligionário, que tenta se cacifar como nome do partido para disputar o Planalto ou a vice em uma chapa, mesmo tendo perdido as prévias para o ex-governador paulista.
 
"Se isso não acontecer (unidade na terceira via), não teremos a via da esperança. É preciso que os dirigentes dos partidos tenham juízo, como estão tendo em motivar, incentivar o diálogo entre os partidos. se isto ocorrer, a força desses quatro partidos será suficiente, não só no horário eleitoral, mas na capilaridade por todo Brasil para impulsionar essa candidatura", avaliou Doria durante entrevista nesta sexta-feira, 8, para a Rádio Metrópole.
 
O tucano se referiu a Eduardo Leite como "um bom rapaz", mas aproveitou para dar um conselho ao colega. "Uma das lições que eu aprendi na vida é que você tem que ter grandeza para vencer e grandeza para perder. Ao ganhar, grandeza para não humilhar ninguém. A grandeza para quando perder é respeitar quem ganhou. A derrota de hoje é a vitória de amanhã", cutucou.
 
Leite tem apoio de uma ala do PSDB, capitaneada por figuras como o deputado federal Aécio Neves (MG), para retirar Doria da disputa e se lançar como candidato da sigla e da terceira via à Presidência. Recentemente, ele se reuniu com a senadora Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB, e acenou para a possibilidade de ser vice em uma chapa com ela.
 
O ex-governador voltou a chamar Bolsonaro de criminoso pelo negacionismo no combate à pandemia. "Bolsonaro é criminoso porque advogou pela morte, e não pela vida. Enquanto eu buscava vacina para salvar os brasileiros, Bolsonaro buscava cloroquina, que matou os brasileiros." Ele disse também que não fará "campanha de destruição" contra o presidente e Lula.
 

"Candidato da paz"

O pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Doria, afirmou que quer ser "o candidato da paz, do entendimento", durante jantar na noite de desta quinta-feira (7) em Salvador. O encontro teve presença do pré-candidato ao governo da Bahia e secretário-geral do União Brasil, ACM Neto, do líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), do líder do PSDB na Casa, Adolfo Viana (BA), além de lideranças políticas locais e empresários.

Doria ressaltou a necessidade de pacificar o País, segundo ele conflagrado pela disputa entre extremistas de esquerda e direita. "Eu quero ser o candidato da paz, do entendimento'", afirmou.

O tucano recebeu apoio do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), na disputa presidencial e teve acenos de ACM, que o descreveu como um "amigo antigo e fiel". Doria e o ex-prefeito de Salvador tinham se afastado após o ex-governador tirar o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, do antigo partido Democratas para filiá-lo ao PSDB.

Doria sinalizou durante o encontro que a geração de emprego e combate à pobreza serão os motes de sua campanha. Após cumprir uma agenda de encontros políticos na capital baiana nesta sexta, 8, Doria segue no sábado para Rio de Contas, terra de sua família paterna.

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