Eleições 2022

Coordenador de campanha de Marília Arraes, Marcelo Gouveia diz que 'comportamento do eleitorado' vai definir acertos na oposição

Segundo o prefeito de Paudalho, a ex-petista está aberta ao diálogo com outros postulantes de oposição, mas dificilmente algum deles abrirá mão da disputa ao governo a essa altura

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JC

Publicado em 19/04/2022 às 19:32 | Atualizado em 19/04/2022 às 20:55
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O prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia (PSD), que é o responsável pela coordenação política da pré-campanha da deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) ao Governo de Pernambuco, afirmou que a ex-petista está aberta ao diálogo com outros postulantes de oposição, mas avalia ser difícil algum deles abrir mão de encabeçar a chapa nesta fase da disputa. Gouveia tem 36 anos e está à frente da cidade da Mata Norte pela segunda vez consecutiva. Ele é irmão do deputado estadual Gustavo Gouveia (SD).

"Marília está disposta a dialogar, a conversar sobre Pernambuco, afinal de contas o nosso Estado está sofrendo. Ela tem conversado com outros atores da oposição, mas a gente sabe que as postulações se iniciaram antes, havia trabalhos realizados e ninguém vai mudar os seus sonhos, o seu trabalho. Miguel (Coelho, UB), por exemplo, está trabalhando nisso desde o primeiro dia como prefeito de Petrolina, não tenho dúvida disso. Raquel (Lyra, PSDB) está focada nisso há mais de um ano. Eles não poderiam mudar os rumos só porque Marília colocou uma pré-candidatura", pontuou o gestor.

De acordo com Gouveia, a ideia é que os pré-candidatos sigam dialogando até a campanha e, "no momento oportuno", decidam qual a melhor estratégia para derrotar o nome do PSB, Danilo Cabral. "A palavra de ordem é manter o diálogo com todo mundo e no momento oportuno eu acredito que as forças de oposição vão ponderar qual é a melhor estratégia, o melhor caminho a ser seguido, seja no primeiro ou no segundo turno", explicou.

 

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Nas últimas semanas, várias informações sobre acertos de Marília com Raquel, Miguel e até com André de Paula, presidente do PSD em Pernambuco e nome cotado para a vaga ao Senado na Frente Popular, têm sido ventiladas, mas nenhuma confirmada pelos envolvidos. Segundo Marcelo Gouveia, é difícil projetar o que o grupo fará até o pleito, mas é certo afirmar que a direção que será adotada vai estar baseada em pesquisas de intenção de voto.

"Tudo vai depender do comportamento do eleitorado, do caminho para onde o eleitorado vai seguir, como vai ser. As apostas eram de que Marília não sairia do PT de jeito nenhum, aí ela saiu. Depois foi que Marília não conseguiria construir chapas proporcionais competitivas, aí ela foi lá e fez algumas das chapas mais competitivas da oposição, com a possibilidade de fazer de 6 a 7 deputados estaduais e até 3 federais. Isso apenas com diálogo, esperança, expectativa de uma força nova que surge em Pernambuco. Em seguida a conversa era que ela murcharia em 30 dias, porque a descolada do PT acabaria com a candidatura dela, mas isso não aconteceu, não é isso que estamos sentindo. A cada dia um novo paradigma é quebrado", avaliou o coordenador da pré-candidata.

Mudança de rumo

Antes de integrar a equipe de Marília, Marcelo Gouveia apoiava o nome de Miguel Coelho para o Palácio do Campo das Princesas, mas partiu para o lado da ex-petista assim que ela afirmou que concorreria pelo Solidariedade. O prefeito diz que sua relação com a deputada começou no primeiro ano do mandato dela na Câmara Federal e que sempre foi um entusiasta da sua postulação a governadora.

Marcelo disse que chegou a perguntar a Marília se ela iria concorrer ao governo no fim de 2021, mas que ela previa que teria problemas para fazer isso no PT e não pretendia ir às urnas. "Naquele momento já ficava claro que essa candidatura no PT era praticamente impossível, porque a gente sabe que o PT de Pernambuco tem uma influência muito grande de Humberto (Costa) e ele claramente nunca quis deixar ninguém crescer para ocupar esse espaço no Estado. Foi assim com João Paulo e com Marília", declarou.

Mesmo estando fora da campanha de Miguel, Gouveia fez questão de frisar que não tem nenhuma ressalva com relação ao político sertanejo. "Ele (Miguel) é um excelente quadro da política de Pernambuco, um prefeito muito bem avaliado, um grande gestor, e está preparado também para ser governador, mas eu acredito que na política não é só a questão técnica que conta. Eu estou na política porque acredito que ela é um instrumento de transformação de vidas, e eu acredito em Marília Arraes. Eu acho que ela tem condição e acredito que ela será governadora. Eu não poderia ficar de fora desse projeto que é a candidatura dela", observou o prefeito.

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