EX-JUIZ

Moro cita Luva de Pedreiro para criticar decisão de comitê da ONU sobre Lula

Em mensagem nas redes sociais, o ex-juiz Sergio Moro usou o bordão "receba"

Imagem do autor
Cadastrado por

Amanda Azevedo

Publicado em 28/04/2022 às 21:08 | Atualizado em 28/04/2022 às 21:17
Notícia
X

Com informações da Estadão Conteúdo

O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) criticou, nesta quinta-feira (28), a decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que apontou parcialidade dele no julgamento de processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na mensagem, Moro citou o bordão "receba", de Iran Ferreira, o Cara da Luva de Pedreiro, sucesso nas redes sociais.

"Lula não foi inocentado nem pelo STF nem por esse comitê da ONU. O Mensalão do PT existiu. Fato. A roubalheira na Petrobras também, todo mundo sabe. Então, não adianta dissimular. É como diz aquele rapaz: receba!", disse o ex-juiz da Operação Lava Jato.

 
 
 
Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Sergio Moro (@sf_moro)

O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas também entendeu que o petista teve seus direitos políticos violados ao ser impedido de participar das eleições presidenciais em 2018.

A decisão do comitê responde a uma queixa protocolada pela defesa do ex-presidente em 2016. Os advogados denunciaram o Estado brasileiro por tentar barrar ações que consideraram "abuso de poder" de Moro e dos procuradores da Lava Jato. As informações são do colunista do Uol, Jamil Chade. Segundo ele, a ONU divulgará a decisão nesta quinta-feira, 28.

Além da parcialidade do ex-juiz, a defesa do petista também se queixava de uma suposta violação de direitos de Lula quando foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento no aeroporto de Congonhas em março de 2016.

O Comitê de Direitos Humanos da ONU fiscaliza o cumprimento de um tratado que o Brasil é signatário desde 1992, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Em decreto legislativo de 2009, o País ratificou um protocolo internacional que reconhece a competência do Conselho em examinar comunicações de indivíduos que alegam ser vítimas de uma violação. A decisão da entidade, porém, é tomada como uma pressão internacional.

No ano passado, Lula teve todos os seus processos da Lava Jato anulados após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que o ex-juiz Sérgio Moro, atual pré-candidato à Presidência pelo Podemos, foi parcial na condução das ações.

Em 2021, o Supremo chegou a decisão semelhante ao Conselho e anulou todos os processos de Lula na Lava Jato após decidir que Sérgio Moro foi parcial na condução das ações. O ex-presidente ficou preso por 580 dias na carceragem da Polícia Federal em Curitiba entre abril de 2018 e novembro de 2019.

Na ocasião, os advogados de Lula argumentaram no pedido de habeas corpus que Moro "sempre revelou interesse na condução do processo e no seu desfecho". O julgamento da Corte foi decisivo para abrir caminho a Lula participar da eleição de 2022.

Tags

Autor