GARIMPO

Parlamentares apuram denúncias de garimpo em terras indígenas Yanomami

De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), uma diligência externa foi aprovada para acompanhar o garimpo ilegal nas terras indígenas.

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Bruno Vinicius

Publicado em 04/05/2022 às 9:49 | Atualizado em 05/05/2022 às 11:39
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Depois de denúncias envolvendo a violência na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, uma comitiva de parlamentares do Senado e Câmara dos Deputados viajará no dia 12 de maio para Boa Vista, capital do estado. De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), que é autor do requerimento aprovado pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, uma diligência externa foi aprovada para acompanhar o garimpo ilegal nas terras indígenas.

 

"É obrigação da CDH tomar providências contra esta mazela que está matando os Yanomami. Com Bolsonaro, o Estado brasileiro é omisso e está deixando a comunidade Yanomami desaparecer. Dados mostram que a desnutrição infantil e a devastação ambiental do território, por exemplo, são consideradas as piores dos últimos 30 anos", disse o senador.

Segundo o jornal Estado de S. Paulo, o requerimento foi apresentado a partir do pedido do presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena e Ye’kuana (Condisi-YY), Júnior Hekurari, pedido para que seja mantida a investigação das denúncias de estupro e morte de uma menina yanomami de 12 anos por parte dos garimpeiros.

"Os impactos do garimpo não se restringem àqueles observados nas florestas e nos rios. O garimpo ilegal desenfreado está disseminando doenças infectocontagiosas, dizimando uma das principais comunidades tradicionais do nosso país e apagando da história um marco da cultura original do Brasil", apontou Humberto Costa.

Investigações

A Polícia Federal chegou a ir a Aracaçá, na região de Wiakás, na TI Yanomami, mas não teria encontrado indícios de crime. Como aponta a denúncia, a menina de 12 anos foi levada para um acampamento com uma mulher e outra criança de 4 anos. Apenas a mulher adulta teria sobrevivido após as vítimas terem caído no rio Uraricoera.

Além da PF, o Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), com apoio do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB), viajaram ao local dia 27 de abril.

"Cadê os Yanomami?"

Uma forte campanha está circulando nos últimos dias com a TAG "Cadê os Yanomami", promovida por políticos e artistas, em cobranças às investigações do garimpo ilegal na região. "A nossa dor é como se não tivesse importância nesse país, mais de 500 anos sofrendo depois da invasão da nossa terra e que nunca parou. Uma comunidade inteira sumiu (ou teve que sumir), após denunciarem que garimpeiros estupraram até a morte uma criança de 12 anos e jogaram outra criança, de 3 anos no rio", disse o texto da Articulação dos povos indígenas do Brasil (Apib).

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