VIOLÊNCIA

MARCELO ARRUDA: 'Ele matou enquanto gritava aqui é Bolsonaro, aqui é mito', diz filho de líder do PT assassinado em Foz do Iguaçu

Marcelo Arruda estava em festa de aniversário de tema PT quando foi surpreendido por tiros de um policial penal que seria apoiador do presidente Jair Bolsonaro

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Emannuel Bento

Publicado em 10/07/2022 às 16:49 | Atualizado em 10/07/2022 às 17:19
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Os primeiros relatos sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, dirigente do PT em Foz do Iguaçu (PR), começam a ser publicados pela imprensa neste domingo (10).

De acordo com uma nota do PT, um policial penal chamado José da Rocha Guaranho teria entrado na festa, proferido gritos de apoio a Jair Bolsonaro (PL) e apontado a arma para o guarda municipal, ameaçando-o. Ele teria deixado o local, mas voltou pouco tempo depois e disparou.

A Polícia Civil informou que, ao ser atingido por Guaranho, Marcelo Arruda, que estava armado, revidou e atingiu o policial. Arruda morreu. Já Guaranho foi autuado em flagrante e está no hospital em estado estável, de acordo com a Polícia.

Filho de Marcelo Arruda relata como foi assassinato

O filho de Marcelo Arruda, Leonardo Arruda, 26, relatou ao jornal "O Globo" sobre como ocorreu o momento de violência:

"O bolsonarista apareceu do nada. Ninguém conhecia ele. Ele gritava que ia matar todos os petistas, gritava palavras de ordem e 'aqui é Bolsonaro'", disse o Leonardo, que trabalha como vendedor.

"Ele chegou a apontar a arma pela primeira vez para o meu pai. A esposa dele tentou evitar que ele fizesse um primeiro disparo. Ele prometeu que ele ia voltar, e ele voltou logo depois já atirando", continuou.

"Ele acertou três tiros no meu pai. Pelo ódio dele, parecia que ia matar todo mundo. Mas meu pai conseguiu evitar o pior, antes de morrer".

Leonardo Arruda ainda comentou que a festa estava repleta de amigos que viajaram de locais mais distantes para comemorar os 50 anos do pai.

"O ambiente estava maravilhoso. O tema era sobre o PT, partido que ele se identifica, que ele gosta. Nós vivemos num país democrático e devia ser assim. Uma pessoa não pode morrer por causa de uma questão política. [...] A gente estava numa associação, num ambiente tranquilo ", disse.

"A pessoa estava tomada pelo ódio. Não pensa na família dele, nem na minha. Ele matou enquanto gritava aqui é Bolsonaro, aqui é mito. Estamos todos muito apavorados."

Militante do PT foi assassinado em festa de aniversário

Um vídeo mostra Arruda cantando "parabéns para você" ao lado de amigos e familiares pouco antes de ser baleado na festa, que tinha o PT como tema e acontecia na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), na Vila A. Ele próprio vestia uma camiseta com o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Jahnke, disse à RPC que a Polícia Civil investigará as motivações do crime. "Pelo que a gente percebeu foi uma intolerância política", apontou.

Marcelo Arruda deixa esposa e quatro filhos, sendo uma menina de seis anos e um bebê de 1 mês. O corpo dele será velado neste domingo (10) no Cemitério Municipal Jardim São Paulo, em horário ainda a definir. O velório do servidor será neste domingo no Cemitério Municipal Jardim São Paulo, em horário ainda a definir.

PT aponta "intolerância" política

Em nota, a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) afirmou: “Nosso companheiro e amigo Marcelo Arruda, guarda municipal em Foz do Iguaçu, foi assassinado ontem em sua festa de 50 anos. Um policial penal, bolsonarista, tentou invadir a festa c/arma. Trocaram tiros. Uma tragédia fruto da intolerância dessa turma”.

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