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Notícia-crime contra Bolsonaro é enviada à PGR após petista ser morto por bolsonarista durante festa de aniversário

O crime aconteceu no último domingo (10) em Foz do Iguaçu, no Paraná, e levantou debates sobre violência política nas Eleições de 2022

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Katarina Moraes

Publicado em 15/07/2022 às 8:28 | Atualizado em 15/07/2022 às 8:38
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O Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhou à Procuradoria-Geral da República a notícia-crime apresentada pela oposição contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por incitação à violência, já que é de competência da PGR apurá-la.

A denúncia foi feita após o guarda municipal e petista Marcelo Arruda ser assassinado a tiros pelo policial penal bolsonarista Jorge Jose da Rocha Guaranho. As informações são do UOL.

O crime aconteceu no último domingo (10) em Foz do Iguaçu, no Paraná. Investigações iniciais apontam que Guaranho invadiu uma festa de aniversário e atirou contra o guarda municipal Marcelo Arruda, que fazia 50 anos. Ele era tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) e revidou o ataque antes de morrer.

A última atualização feita pelo Governo do Paraná sobre o estado de saúde do suspeito apontava que ele seguia internado nessa quarta-feira (13). Mesmo no hospital, ele foi preso preventivamente ainda na segunda (11).

A oposição considerou que o presidente estimula a violência, além de atacar instituições.

"As práticas deletérias, as condutas agressivas, os estímulos à intolerância contra adversários políticos, notadamente em relação aos partidos de esquerda, culminaram, no último sábado, com o covarde assassinato de um dirigente do Partido dos Trabalhadores, por um seguidor apaixonado da seita bolsonarista", afirmou a oposição.

Nessa quarta (13), uma comissão liderada pela deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), enviou uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral (STF) para multar Bolsonaro por "discursos de ódio" durante as eleições. Além disso, apresentou uma consulta à Corte Eleitoral para saber da possibilidade de proibição do porte de armas durante os dias da eleição.

Relembre o caso

No último domingo (10), Jorge José da Rocha Guaranho invadiu uma festa de aniversário e atirou contra o guarda municipal Marcelo Arruda, de 50 anos, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), que revidou o ataque antes de morrer.

Guaranho teve prisão preventiva decretada pela Justiça na segunda-feira (11) pela morte de Marcelo. O caso aconteceu na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A, em Foz do Iguaçu, no Paraná, no último domingo (10).

Testemunhas apontam motivação política, mas a polícia ainda investiga o caso. A família nega que esse tenha sido o motivo, e o descreve como uma pessoa calma e não violenta. Entretanto, ele já respondeu a um processo por desacato após briga com policiais militares, em 2018.

Segundo o boletim de ocorrência, Guaranho teria chegado ao local em um carro branco, acompanhado de uma mulher com uma criança no colo. Ao descer do veículo, se dirigiu aos presentes dizendo aos gritos: "Aqui é Bolsonaro", conforme relato descrito na ocorrência.

Ele deixou o local e 20 minutos depois retornou sozinho. Foi recebido por Arruda e pela esposa, a policial civil Pamela Suellen Silva. O casal se identificou como agentes da segurança pública. O guarda municipal sacou a arma ao mostrar o distintivo. Neste momento, conforme o registro policial, Guaranho efetuou os dois primeiros disparos, acertando a vítima.

Marcelo, por sua vez, revidou e baleou o policial penal, segundo o documento. Imagens de uma câmera de segurança mostram quando Arruda, mesmo ferido e já caído, dispara contra o agente penitenciário. Ele chegou a ser levado até o Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos. Ele deixa a esposa e quatro filhos, incluindo uma menina de seis anos e um bebê de 1 mês.

O caso ganhou repercussão nacional e levantou debates sobre violência política nas Eleições de 2022, ao ser relacionado aos discursos do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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