Lula chama Bolsonaro de 'fariseu' e diz que pobres precisam voltar ''comer e andar de avião''
Em Belo Horizonte, Lula defendeu uma ''nova independência''
Candidato a presidente, Lula (PT) fez, nessa quinta-feira (18), em Belo Horizonte (MG), seu primeiro grande ato de campanha.
O petista discursou por cerca de 20 minutos. Ele destacou a aliança com Alexandre Kalil (PSD), postulante ao governo mineiro, e fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula prometeu conduzir o Brasil ao que chamou de "nova independência".
"Se em 1792 eles esquartejaram, cortaram a carne, salgaram e penduraram em um poste para que nunca mais lembrasse de independência, quero que os esquartejadores saibam: estamos de volta para fazer uma nova independência neste país. Uma independência que garanta a dignidade, o respeito e a harmonia do nosso povo", disse Lula fazendo referência a Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira.
Lula se recusou na maior parte do tempo a citar Bolsonaro nominalmente. "Não estamos fazendo uma campanha normal. Não é uma campanha comum, um partido contra o outro, uma ideia contra a outra. O que está em jogo, neste instante, é a democracia contra o fascismo; a democracia ou a barbárie", ressaltou. "É heresia falar o nome de Deus em vão, como vem falando esse cidadão de quem não quero falar o nome. Esse cidadão está mais para fariseu do que para cristão. Ele não respeita ninguém. Não respeita mulher, não respeita negro. Não respeitou sequer as 680 mil vítimas da pandemia", completou.
Lula ainda afirmou que sua ideia central é permitir que os pobres "voltem a comer, trabalhar e andar de avião". "Queremos que nossos meninos trabalhem e estudem. Não queremos que a mulher continue a ser tratada como objeto de cama e mesa. Queremos que a mulher seja objeto da história e possa fazer o que quiser. E, para isso, ela tem de ganhar o mesmo salário de um homem que faça a mesma função", pontuou.
Alexandre Kalil (PSD)
Durante o ato, Kalil afirmou que os adversários de Lula têm "medo" da possível volta do petista ao governo federal e criticou o governador Romeu Zema (Novo), seu rival no pleito em Minas Gerais.
Ele chamou Lula de "maior líder social" do Brasil e disse que "eles", sem citar quem, têm medo da vitória do ex-presidente.
"Eu não vou me alongar, todo mundo veio aqui para ouvir o maior líder social deste país. Todo mundo veio aqui porque, quando a senzala lê, a casa grande treme", ressaltou. "Eles estão com medo, porque o presidente vai colocá-lo (o povo) de novo no poder. Nós vamos mandar de novo neste país, nós vamos voltar a tomar conta deste país."