Discurso

Lula atribui assassinato de petista a Bolsonaro e chama presidente de ''genocida''

Mesmo criticado, Lula voltou a comparar os atos promovidos por Bolsonaro no dia 7 de Setembro com atos da supremacia branca

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Cássio Oliveira

Publicado em 10/09/2022 às 16:26 | Atualizado em 10/09/2022 às 16:49
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Com informações do Estadão Conteúdo

Em discurso em Taboão da Serra (SP), o candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou a morte de Bendito Cardoso dos Santos, de 44 anos, assassinado por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Confresa (MT) na quarta-feira, 7 de setembro.

"Se ele tem mulher e tem filho, o PT tem obrigação de saber todas as coisas para ajudar essa família que foi vítima do genocida chamado Bolsonaro", afirmou.

O ex-presidente Lula afirmou que tentou localizar a família da vítima em Mato Grosso e não conseguiu, então acionou o senador Paulo Rocha (PT) para ajudar com isso.

O trabalhador rural que matou o colega de trabalho durante uma discussão por política disse, em depoimento, ter dado ao menos 15 facadas na vítima.

Segundo a polícia, Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, que é apoiador de Bolsonaro, também usou um machado para tentar decapitar Benedito Cardoso que era apoiador de Lula.

O crime ocorreu em Confresa, cidade a cerca de 1 mil km de Cuiabá. Rafael foi preso em flagrante por homicídio qualificado, por motivo fútil e motivo cruel e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

Ainda de acordo com a polícia, Rafael tem passagens na polícia por estelionato e tentativa de estupro. A vítima e o autor trabalhavam juntos como cortadores de lenha de uma cerâmica em uma propriedade na zona rural do município.

“Eles haviam acabado de jantar e fumavam um cigarro juntos, quando começaram a discussão [por motivação política]. Os dois estavam sozinhos no barraco onde moravam”, disse o delegado responsável pelo caso, Victor Oliveira, em entrevista ao g1.

Comício

O comício de Lula ocorreu no começo da tarde do sábado, 10, e contou com a participação de Fernando Haddad, candidato petista ao governo de São Paulo, e Márcio França (PSB), candidato ao Senado Federal, além do candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB).

Mesmo criticado, Lula voltou a comparar os atos promovidos por Bolsonaro no dia 7 de Setembro com atos da supremacia branca, devido à falta de negros nos caminhões que o presidente esteve presente.

"Não tinha negro (nos caminhões), parecia quase que a Ku Klux Klan. Eu achei que era uma coisa da supremacia branca que não gosta de pobre", disse Lula.

Lula também criticou Bolsonaro por fazer das comemorações do Bicentenário da Independência "um ato político dele". O ex-presidente criticou o coro que o presidente puxou durante o ato ao se intitular de "imbrochavel".

"Ele estava falando pra quem? Para a mulher dele, porque ninguém quer saber se ele é brocha ou não é brocha, isso é problema dele, não é nosso. A gente que saber se vai ter emprego, se vai ter salário, vai ter educação", afirmou.

O ex-presidente também voltou a discutir a necessidade de medidas que amenizem a inflação e possam diminuir o preço de insumos, como a carne. O petista também prometeu recriar e fortalecer Ministérios e voltou a cobrar explicações da família Bolsonaro com relação a compra de casas em dinheiro vivo.

O candidato disse que é preciso repensar como é feita a distribuição de carne. Afirmou também que em um eventual governo, pode ver como será feita a exportação de carne, avaliando a possibilidade de "guardar um pouco" para o mercado interno.

Lula também voltou a prometer a recriação e fortalecimento de ministérios como o dos Povos Originários, da Mulher, da Igualdade Social, da Pesca e da Cultura.

O ex-presidente também falou contra as medidas que facilitaram o acesso da população a armas de fogo. "A gente vai acabar com a venda de armas", disse, sem dar detalhes, afirmando que seu governo distribuirá livros para a população.

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