URNAS ELETRÔNICAS NO BRASIL

Como funciona a urna eletrônica? Quantos anos tem a urna eletrônica? Quem criou a urna eletrônica? Veja simulador de votação

Tire dúvidas sobre o sistema de votação com urnas eletrônicas e confira o simulador virtual que ajuda eleitor a treinar o voto na urna

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Amanda Azevedo

Publicado em 29/09/2022 às 20:22 | Atualizado em 29/09/2022 às 20:23
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Com AFP

Usadas nas eleições brasileiras desde 1996, as urnas eletrônicas têm extrema confiabilidade, segundo especialistas, mas são alvo frequente de ataques do presidente Jair Bolsonaro, que sinaliza, sem provas, para a possibilidade de "fraudes".

Confira perguntas-chave sobre este sistema de votação:

Como surgiram as urnas eletrônicas?

O voto eletrônico foi implementado em prol da simplificação e da rapidez, e em parte para combater as fraudes.

Os eleitores brasileiros votavam em cédulas de papel, em que deviam marcar uma lacuna ou escrever o nome do candidato de sua preferência, dependendo do tipo de eleição.

Em um país com 14% de adultos analfabetos, o sistema apresentava vários problemas. As apurações eram frequentemente caóticas e podiam demorar vários dias.

"Sempre tinha um problema na apuração, a pessoa tinha uma caligrafia ruim, escrevia no lugar errado da cédula, marcava o x fora do quadrado e o voto era nulo", explica à AFP o advogado Henrique Neves da Silva, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Diretor do TRE-PE fala sobre segurança da urna eletrônica 

Também "tinha muita fraude antes da urna eletrônica (...), um voto em branco de repente era preenchido no meio da apuração".

Com ajuda do exército, especialistas em informática, vários deles oriundos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desenvolveram o primeiro modelo de uma urna eletrônica, que foi usado em 57 cidades nas eleições municipais de 1996.

A experiência foi bem sucedida e as máquinas foram usadas por 67% dos eleitores nas eleições presidenciais de 1998. O voto em papel foi totalmente abolido nas eleições seguintes.

O Brasil é um dos 23 países que usam urnas eletrônicas em eleições gerais, segundo o Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral (IDEA). Outros 18 as usam em eleições regionais.

Como funcionam as urnas eletrônicas?

Quando o eleitor digita o número correspondente a seu candidato no teclado da urna, a máquina exibe a foto do escolhido na tela. Basta clicar no botão verde para confirmar a escolha.

"É uma maquina simples que tem uma única função: compilar os votos", diz Henrique Neves da Silva.

Um detalhe importante: a urna eletrônica não é conectada à internet.

Diretor do TRE-PE fala sobre modelo mais recente da urna eletrônica

Após o encerramento da votação, retira-se o cartão de memória de cada máquina e o mesmo é levado a um posto local da justiça eleitoral, que por sua vez transmite a informação ao sistema de contabilização central em Brasília, através de uma rede independente da internet.

Em regiões remotas, como a Amazônia, pode-se usar uma conexão via satélite.

O resultado raramente demora mais de duas horas para ser conhecido em um país continental com mais de 156 milhões de eleitores inscritos.

Segurança das urnas eletrônicas 

O programa de contabilização dos votos é atualizado a cada eleição e pode ser auditado pelas autoridades eleitorais, pelo exército e por partidos políticos.

Também são realizados testes de segurança na presença de especialistas, que fazem simulações de manipulação das urnas.

"No teste de segurança, a urna é literalmente desmontada, tiram todas as barreiras físicas, pode-se mexer no que quiser", com uma facilidade maior do que qualquer hacker, explica Silva.

Nunca foi constatada nenhuma falha significativa.

Como votar nas eleições? Simulador virtual ajuda eleitor a treinar o voto na urna

Está disponível na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o simulador de votação na urna eletrônica para as eleições 2022.

Por meio da ferramenta, o eleitor pode treinar como vai votar no dia do pleito como se estivesse diante de uma urna eletrônica.

O primeiro cargo a ser preenchido na urna é de deputado federal (com quatro dígitos). Em seguida, o eleitor deve escolher seu candidato a deputado estadual ou distrital - esse apenas para eleitores do Distrito Federal - (com cinco dígitos); para senador (com três dígitos), para governador (dois dígitos) e, por último, para presidente da República (com dois dígitos).

No simulador os candidatos são todos fictícios, assim como os partidos. As opções são: Partido dos Esportes, Partido dos Ritmos Musicais, Partido das Profissões, Partido das Festas Populares e Partido do Folclore.

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