MANDADO DE PRISÃO DE CONTRA ROBERTO JEFFERSON: Bolsonaristas culpam "sistema de freios e contrapesos"
Jefferson resistiu à prisão neste domingo (23)
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) criticou, neste domingo (23), a resistência do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) à prisão por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Porém, Mourão avaliou que o caso somente escalou porque o sistema de "freios e contrapesos" institucionais não está funcionando.
"Lamento as falas e repudio o episódio envolvendo o Sr. Roberto Jefferson. Tal estado de coisas acontece porque o sistema de freios e contrapesos não está funcionando", escreveu Mourão.
Freios e contrapesos é o sistema em que os Poderes do Estado mutuamente se controlam, como, por exemplo, o Legislativo julga o presidente da República e os ministros do Supremo Tribunal Federal nos crimes de responsabilidade; o presidente da República tem o poder de veto aos projetos de lei e o Poder Judiciário pode anular os atos dos demais Poderes em casos de inconstitucionalidade ou de ilegalidade. Na visão de defensores de Jefferson, o Judiciário vem tomando decisões que ultrapassam esses limites.
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O presidente Jair Bolsonaro (PL), em transmissão ao vivo, também repudiou as falas de Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas alfinetou o Judiciário, afirmando haver inquéritos "sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP."
Outros bolsonaristas se manifestaram sobre a ação contra Jefferson. A deputada Carla Zambelli disse que "não existe crime de opinião no Brasil".
Já Nikolas Ferreira, deputado federal eleito com maior votação no Brasil, questionou: "Ele xingou a ministra e pediram a prisão dele? Foi isso mesmo? Eu juro que é só uma pergunta".
Prisão
Jefferson teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. No começo da tarde, atacou policiais federais que foram cumprir a ordem judicial em sua casa na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro.
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As imagens de um circuito interno de segurança mostram policiais chegando ao local. Jefferson atirou contra a Polícia Federal, que tentava prendê-lo, ferindo um delegado e uma agente. Ambos estariam fora de perigo. Segundo o ex-deputado, houve troca de tiros.
A decisão de Moraes foi tomada após Jefferson desrespeitar medidas restritivas às quais ele estava submetido em sua prisão domiciliar. Na sexta-feira, 21, o ex-deputado xingou a ministra Cármen Lúcia de "prostituta". O ataque ocorreu após o voto da ministra a favor de punição da Jovem Pan.