BASTIDORES

Túlio Gadelha e dirigentes da REDE podem abrir dissidência e declarar apoio a Raquel Lyra em coletiva

Após a federação REDE/PSOL declarar apoio a Marília Arraes (Solidariedade), Túlio Gadelha e dirigentes da legenda podem abrir dissidência e apoiar Raquel Lyra (PSDB)

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Augusto Tenório

Publicado em 25/10/2022 às 10:15 | Atualizado em 25/10/2022 às 15:09
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A despeito do esforço de Túlio Gadelha para levar a Rede Sustentabilidade para o palanque de Raquel Lyra (PSDB), a federação da legenda com o PSOL declarou apoio a Marília Arraes (Solidariedade) no segundo turno da eleição para o Governo de Pernambuco. Agora, o deputado federal reeleito e dirigentes da legenda podem abrir dissidência nesta terça-feira, 25 de outubro, e apoiar a candidata tucana.

Lideranças da REDE, ouvidas sob reserva pelo Jornal do Commercio, indicam que Túlio Gadelha e aliados próximos devem convocar em breve uma coletiva de imprensa, para se posicionar oficialmente sobre a disputa pelo Governo de Pernambuco. Eles afirmam que Raquel Lyra estará presente no evento, marcado para às 14h, na Garrido Galeria. O deputado federal foi aliado de Marília Arraes na disputa pela Prefeitura do Recife em 2020, mas os parlamentares cortaram relações desde então.

Como o Jornal do Commercio mostrou, a REDE se encontrava dividida sobre o apoio neste segundo turno, marcado para o próximo dia 30. A legenda pressionou ambas as campanhas a incorporar bandeiras da legenda aos seus planos de governo. Partidários do Sertão e do Agreste fizeram peso para apoio a Raquel Lyra, enquanto lideranças da Região Metropolitana do Recife tendem a Marília Arraes. A Zona da Mata ficou dividida, sem grupo majoritário para uma ou outra candidata.

À reportagem, uma liderança da REDE enviou a ata da reunião do partido, realizada no dia 11, para decidir o apoio no segundo turno da eleição para o Governo de Pernambuco. Por maioria dos votos, foi decidido que a legenda declararia apoio a Raquel Lyra. Caso a candidata não assinasse uma carta-compromisso com as bandeiras do partido e com a eleição de Lula, o apoio seria automaticamente transferido para Marília Arraes. Diante da recusa tucana, a candidata do Solidariedade aderiu ao documento e recebeu o apoio.

Nos últimos dias, Túlio Gadelha vem defendendo Raquel Lyra nas redes sociais. No Twitter, o deputado federal afirma que não é possível taxar a tucana como bolsonarista, num esforço para desmontar um dos principais argumentos de Marília Arraes. Isso acontece após a ex-prefeita de Caruaru angariar apoios de apoiadores do presidente, como Miguel Coelho (UB), além dos evangélicos Clarissa Tércio (PP) e Cleiton Collins (PP).

Dessa forma, caso se confirme a dissidência, Raquel Lyra deve usar o apoio de lideranças da REDE para reforçar sua independência com relação a disputa entre Lula e Bolsonaro. A campanha tucana, na propaganda eleitoral, afirma que sua candidata é capaz de unir lulistas e bolsonaristas no mesmo palanque, destacando apoios recebidos por lideranças mais à esquerda.

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