POLÍTICA

Bolsonaro mantém silêncio e não discursa em cerimônia militar em São Paulo

Ao chegar, o presidente foi ovacionado por apoiadores no local sob gritos de "mito". Após desfilar, Bolsonaro parou rapidamente para cumprimentos

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Katarina Moraes

Publicado em 08/12/2022 às 13:26
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Com Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro (PL) completou mais uma agenda sem discursar, na manhã desta quinta-feira (8), em cerimônia militar na Academia da Força Aérea, em Pirassununga (SP).
 
O evento durou cerca de 1h15 e, segundo agenda presidencial, às 12h50 ele retornará para Brasília, com previsão de chegada às 13h55.
 
Ao chegar, o presidente foi ovacionado por apoiadores no local sob gritos de "mito". Após desfilar, Bolsonaro parou rapidamente para cumprimentos.
 
Recluso desde a derrota na disputa eleitoral para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual chefe do Executivo tem escolhido eventos militares para aparecer, de forma tímida.
 
O silêncio do presidente, contudo, ocorre a contragosto de aliados, que insistem para que ele se dirija à base aliada que ainda contraria o resultado das eleições.
 
Aliados desejam que Bolsonaro se transforme em um líder de oposição de extrema-direita, mas questionam sua real disponibilidade diante da paralisia atual do chefe do Executivo.
 
A avaliação de aliados do presidente é de que ele ainda está "inconformado" com o resultado das eleições, por isso seus aliados temem uma tentativa de radicalização junto aos seus eleitores mais radicais.
 
Não está fora de cogitação uma nova "briga" com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alvo da base bolsonarista antes, durante e depois das eleições presidenciais. Segundo seus aliados, que já reconheceram a derrota para Lula (PT), Bolsonaro ainda julga o órgão como responsável pelo resultado.
 
Segundo a coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, há o receio de que o poder Judiciário seja obrigado a tomar medidas contra ele, fazendo surgir uma nova crise e novas conturbações.


Esse seria o motivo do silêncio de Bolsonaro, que foi "fortemente aconselhado" a não atacar o TSE. Por fim, seus aliados e integrantes do governo concordam que a chance de o presidente reconhecer a derrota de forma púlica é zero.

Bolsonaro chorou em evento

Na última quinta-feira (5), o presidente apareceu visivelmente emocionado durante evento militar, em retomada das agendas oficiais após a derrota nas eleições. Ele participou da tradicional cerimônia de cumprimento de oficiais-generais das Forças Armadas.
 
O chefe do Executivo se emocionou em mais de uma ocasião e enxugou lágrimas enquanto recebia as saudações de participantes do evento.
 
Acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente se mostrou especialmente comovido ao receber abraços de esposas dos oficiais-generais que se dirigiram a ele chorando.
 
 

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