Inquérito

PGR pede ao STF que Jair Bolsonaro seja investigado por atos antidemocráticos em Brasília

No entendimento do subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, a conduta de Bolsonaro deve ser apurada por ter ocorrido após os atos contra a sede dos Três Poderes

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Renata Monteiro

Publicado em 13/01/2023 às 18:57 | Atualizado em 13/01/2023 às 19:14
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Do Estadão Conteúdo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 13, para investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) incitou atos golpistas.

O pedido é para incluir Bolsonaro no inquérito sobre a autoria intelectual dos protestos violentos que ocorreram no último domingo, 8, na Praça dos Três Poderes.

A iniciativa atende a um pedido feito por cerca de 80 procuradores e subprocuradores da República. Eles acusaram uma atuação sistemática do ex-presidente para colocar em dúvida a segurança das urnas e do processo eleitoral.

A representação foi enviada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que vinha sendo pressionado internamente a tomar medidas mais duras sobre o ex-presidente.

O documento cita o vídeo, publicado por Bolsonaro no Facebook e apagado minutos depois, com suspeitas infundadas sobre a lisura das eleições. A postagem foi feita na terça-feira, 10, ou seja, depois que bolsonaristas radicais haviam invadido os prédios dos Poderes.

O pedido para incluir Bolsonaro na investigação foi feito pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, escalado por Aras para chefiar o recém-criado Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, que vai coordenar as investigações sobre os atos golpistas.

"Não se nega a existência de conexão probatória entre os fatos contidos na representação e o objeto deste inquérito, mais amplo em extensão. Por tal motivo, justifica-se a apuração global dos atos praticados antes e depois de 8 de janeiro de 2023 pelo representado [Bolsonaro]", afirma.

A primeira medida sugerida pelo subprocurador na investigação é que o STF determine a recuperação e o armazenamento do vídeo publicado a apagado por Bolsonaro.

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