Do Estadão Conteúdo
Nomeado assessor especial do governo de São Paulo, Diego Torres Dourado - irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro - esteve no acampamento montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na porta do Quartel-General do Exército, em Brasília.
Bolsonaristas passaram 70 dias no local, pedindo intervenção militar contra o resultado da eleição. Foi de lá que grupos radicais marcharam até a Praça dos Três Poderes, no domingo passado, para invadir e depredar as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma foto de Dourado no acampamento foi compartilhada por dois amigos dele no dia 2 de novembro. Na imagem, o irmão de Michelle está de óculos e enrolado em uma bandeira do Brasil, ao lado de três apoiadores do ex-presidente.
Dourado não divulgou em suas redes sociais imagens sobre sua ida à concentração na frente do quartel, mas curtiu a foto publicada por Elizangela Castelo Branco. "Em Brasília, assim como em muitas outras cidades brasileiras, as manifestações foram lindas, pacíficas e cheias de patriotismo. Brasileiros de todas as idades, credos e cores se reuniram por um único motivo: lutar bravamente por nossa pátria", escreveu a amiga de Dourado.
Cargo
O irmão de Michelle foi nomeado como assessor especial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem ajudou informalmente na disputa ao Palácio dos Bandeirantes Dourado não teve cargo e salário por sua atuação na campanha eleitoral do ex-ministro da Infraestrutura.
A função de "assessor especial do governador I" tem vencimento de R$ 19,2 mil, segundo o portal de Recursos Humanos do Governo de São Paulo.
Confiança
Ao Estadão, Tarcísio disse que não tem motivos para rever a nomeação de Dourado. "Ele é um rapaz super do bem, trabalhador, honesto, que me ajudou muito durante a campanha. É de absoluta confiança. É muito leal e amigo. Tem duas graduações, mas tem habilidades na área de TI (tecnologia da informação) e redes", afirmou o governador.
"Quem dá o tom do governo sou eu. E é um tom de diálogo, de pacificação, de trabalho por todos, de foco em resultados. Aqui não há radicalismo, exclusão, sectarismo. Estou preocupado em fazer o melhor", disse Tarcísio.