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Em Pernambuco, União Brasil e PP adotam cautela diante das divergências e entraves para formalizar a federação

Caso a federação se concretize, o União Brasil e o PP contará com, no mínimo, 106 assentos na Câmara dos Deputados e 15 no Senado

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Mirella Araújo

Publicado em 14/03/2023 às 19:36
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A formalização da federação entre os partidos União Brasil e PP tem enfrentado entraves apesar de lideranças como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tentarem minimizar essas divergências, afirmando que estaria dependendo apenas da definição de "detalhes de governança" para o acordo entre as duas siglas ser fechado.

O comando de algumas executivas estaduais é um dos  pontos que tem esbarrado nessa busca por um critério único junto a todos os estados da federação. Localmente, o maior problema é que parlamentares dos dois partidos temem perder influência na disputa por prefeituras em 2024.

Em Pernambuco, o presidente estadual do PP e deputado federal, Eduardo Da Fonte, disse defender a federação do seu partido com o União Brasil e, por se tratar de duas grandes siglas, cujos desdobramentos vão afetar o cenário estadual e nacional, é normal que as construções estejam sendo feitas de forma cuidadosa.

“É preciso ajustar o conselho, a conduta e como as decisões vão ser tomadas a partir da federação. Não tem nada decidido”, disse o parlamentar ao JC.

Questionado de que forma esse acordo deverá impactar as relações a nível local, Eduardo da Fonte explicou que tem um alinhamento muito bom com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, e que a federação “vai ser um instrumento de fortalecimento da base da governadora [Raquel Lyra], e vai também ampliar o número de prefeitos que vamos construir”.

Cautela também tem sido adotada por lideranças do União Brasil, que preferem não comentar , neste momento, sobre as negociações que já duram cinco meses. O que tem se falado internamente é que Luciano Bivar só vai tomar qualquer decisão, se for de comum acordo com todos os membros do partido.

Conforme publicação da Veja, a adesão ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido mais um componente para esse entrave. A determinação de um poder de veto para temas relativos a mudanças internas, a exemplo da adesão à base governista, a formação de coligações e o lançamentos das candidaturas,  foram levadas à discussão por lideranças da alta cúpula do União Brasil.

Ainda segundo a publicação, a intenção é de que essas decisões seriam tomadas a partir de um consenso dos dois partidos, para evitar "debandadas". 

Vale lembrar que enquanto o União Brasil tem Luciano Bivar nesse diálogo próximo à Lula, no PP a posição do ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, Ciro Nogueira, é de ser um opositor ferrenho ao governo do líder petista. 

Caso a federação se concretize, os dois partidos vão contar com, no mínimo, 106 assentos na Câmara dos Deputados e 15 no Senado.

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