Não há qualquer possibilidade de vínculo entre fala de Lula e operação contra plano para matar Moro, diz ministro
De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, a manifestação do presidente, feita nessa segunda (21) durante entrevista à TV 247, "foi absolutamente natural, compreensível" diante do contexto
Da Estadão Conteúdo
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse que não há qualquer relação entre a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a operação da Polícia Federal contra facção que planejava assassinatos e sequestros de autoridades, dentre elas o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União Brasil-PR).
De acordo com Pimenta, a manifestação do presidente, feita nessa segunda (21) durante entrevista à TV 247, "foi absolutamente natural, compreensível" diante do contexto.
"Quero cumprimentar a Polícia Federal pela operação. Isso é uma demonstração que temos uma Polícia Federal republicana, não mais aparelhada, a serviço de nenhum projeto político, partido político", disse Pimenta, em declaração à imprensa na tarde desta quarta-feira (22), no Palácio do Planalto.
Na avaliação dele, a investigação foi "executada com sucesso" impedindo a possibilidade de consumação de crime contra as autoridades.
O ministro destacou que a ação da PF demonstra a importância da despolitização das instituições de Estado como forma de garantir segurança jurídica no País.
Questionado sobre a relação entre a fala de Lula sobre Moro em entrevista nessa segunda (21), Pimenta disse que "não há qualquer nexo, possibilidade de vínculo entre a manifestação de Lula e a operação realizada". "Muito pelo contrário, acho que a operação é uma demonstração dessa isenção", citando a despolitização das instituições.
"A manifestação do Lula foi onde ele relatou sentimento de injustiça e indignação, absolutamente natural, compreensível de alguém que ficou 580 dias detido numa solitária e depois teve todos os seus processos anulados", declarou. Para Pimenta, não se pode naturalizar a injustiça.
O ministro ressaltou que a fala de Lula deve ser compreendida pelo contexto. "Querer fazer vínculo é estratégia perversa", disse.
OPERAÇÃO DA PF CONTRA O PCC
Como mostrou o Estadão, a PF deflagrou na manhã desta quarta-feira uma operação batizada de 'Sequaz' contra uma quadrilha ligada ao PCC que pretendia atacar servidores públicos e autoridades, planejando assassinatos e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal.
Até o momento, nove investigados foram presos. Moro era um dos alvos da facção, segundo investigadores.