Operação Lava Jato

TACLA DURAN: advogado da ODEBRECHT diz que sofreu tentativa de EXTORSÃO e denuncia SÉRGIO MORO e DALLAGNOL; entenda o caso

O advogado da Odebrecht prestou depoimento à PF nesta segunda (27).

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Jones Johnson

Publicado em 27/03/2023 às 18:31 | Atualizado em 27/03/2023 às 18:54
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Rodrigo Tacla Duran, advogado da empresa Odebrecht, presta depoimento na tarde desta segunda-feira (27) na Polícia Federal e acusa o senador Sérgio Moro (União) de ter obtido benefícios durante a Operação Lava Jato.

Duran afirmou ter provas de que pagou US$ 613 mil dólares a um advogado ligado a esposa de Sérgio Moro, a deputada federal Rosangela Moro (União), para obter benefícios durante a Operação Lava Jato, o que, para Tacla, configuraria crime de extorção.

O advogado é acusado de atuar na lavagem de dinheiro de pagamento de propina para políticos durante a Operação Lava Jato.

Segundo Tacla Duran, o valor de US$ 613 mil dólares era a primeira parcela de US$ 5 milhões que ele afirma ter negociado para um acordo de delação preimada com o MPF (Ministério Público Federal), tendo o aval do ex-procurador e atual deputado federal, Deltan Dallagnol (Podemos).

Segundo a Veja, Carlos Zucolotto Júnior, sócio de Rosangela Moro, teria feito a oferta em 2016, meses antes de ser preso.

Tacla informou em entrevistas que "pagou [o valor] para não ser preso" e que, um tempo depois, teve sua prisão preventiva decretada por Sérgio Moro.

A ordem de prisão chegou a ser revogada pelo juiz Eduardo Appio, três dias após o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) ter suspendido todos os processos abertos contra Tacla.

“O cidadão Tacla Duran tem, a meu ver, o direito de exercer seus direitos de defesa (devido processo legal substantivo) em liberdade, até que sobrevenha eventual condenação (até porque se encontra hoje amparado em recentíssima decisão do Egrégio Supremo Tribunal)", disse o juiz.

O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba afirmou em trecho do despacho que, por conta da denúncia de crime de extorsão envolvendo o senador Sergio Moro e o deputado federal Deltan Dallagnol, a audiência foi suspensa e direcionada para o STF:

"Diante da notícia crime de extorsão, em tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de foro, ou seja, Deputado Deltan Dalagnol e o Senador Sério Moro, bem como as pessoas do advogado Zocolotto e do dito cabo eleitoral Fabio Aguayo, encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento, sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do Excelentíssimo Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, juiz natural do feito, porque prevento, já tendo despachado nos presentes autos", diz trecho.

Atualização: Gravações e fotos foram entregues à PF

De acordo com informações da Folha de São Paulo, o advogado Tacla Duran entregou à Polícia Federal gravações e fotos que reforçam todas as acusações feitas ao ex-juiz e atual senador, Sergio Moro.

Os procuradores solicitaram que tais documentos sejam colocados sob sigilo nível 4, um dos mais restritivos. 

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