O senador Humberto Costa não descarta a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores (PT) ter candidatura própria à Prefeitura do Recife nas eleições de 2024.
Segundo o parlamentar, pela força política e eleitoral que o partido petista possui na capital , tendo levado algumas disputas para o segundo turno, a exemplo dos pleitos de 2016 e de 2020, a nomes que não podem ser desconsiderados em futuras discussões.
Entre os nomes citados por Humberto Costa está o do deputado João Paulo, ex-prefeito do Recife e que defende que o partido tenha candidato em 2024; a senadora Teresa Leitão, que de acordo com Costa, ela irá transferir o domicílio eleitoral de Olinda para o Recife; e os deputados Carlos Veras (federal) e Rosa Amorim (estadual).
“É muito cedo para falar de eleição. Óbvio que em estando no governo, a tendência natural é haver um entendimento, mas esse entendimento para acontecer exige reciprocidade”, disse Humberto Costa, em entrevista à Rádio Folha, nesta quinta-feira (30).
Esse tratamento de aliado de primeira hora se refere ao fato de que o PT mesmo tendo sido contemplado com duas secretarias - Meio Ambiente e Habitação - na Prefeitura do Recife, o apoio a reeleição do prefeito João Campos não é automático e dependerá muito de como o partido será priorizado pelo PSB.
“Nós tivemos no ano passado, uma eleição difícil em termos estaduais, onde estávamos com o PSB. Era natural que um convite que fosse feito para compor essa base e participar do governo, ele viesse a ser aceito. Mas é necessário dizer com todas as letras que não houve estabelecimento de nenhum pré-compromisso com a questão da eleição municipal”, disse Costa na entrevista.
“Óbvio que quando você está no governo e faz parte de uma frente de apoio, uma das possibilidades seja essa. Não vou dizer que não tem possibilidade de o apoiarmos, mas obviamente isso vai depender de muitas coisas, entre elas, o tratamento de aliado que nós venhamos a receber”, disparou.
ESPAÇOS PARA O PT DE PERNAMBUCO
O senador Humberto Costa parabenizou a nomeação do ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, para a presidência do Banco do Nordeste (BNB), classificando-a como um “ato justo”.
Diante das contestações de diversos segmentos da sociedade sobre os oito anos que o socialista teve à frente do Governo de Pernambuco, Humberto defendeu o ex-chefe do Executivo, afirmando que ele fez uma boa gestão.
“É um ato de justiça a competência, o preparo, a capacidade de gestão que Paulo Câmara tem e o seu compromisso social. O presidente [Lula] escolheu por essas razões e nós [do PT] politicamente apoiamos essa indicação. Desde o primeiro momento desejamos que ele pudesse ocupar um espaço maior até porque isso é fundamental para uma nova política aqui no estado de Pernambuco”, comentou Humberto Costa.
Outro nome que o senador fez questão de ressaltar, que tem recebido apoio do PT para receber um lugar de destaque no governo federal, é o do ex-deputado federal Danilo Cabral (PSB) - que foi o candidato de Lula no Estado, no primeiro turno das eleições, mas acabou a disputa em terceiro lugar.
“Nós temos nos reunido com frequência, tentando encontrar uma posição que seja boa para a representatividade política e eleitoral que ele tem”, disse Costa. “Obviamente que os partidos vão apresentando os seus pleitos, né. O natural era que houvesse uma insistência do PSB no sentido de que Danilo pudesse ser aproveitado, mas quem sou eu para me meter na vida de outros partidos”, alfinetou.
Essa possível ausência de esforço do PSB em negociar espaços para quadros como o do ex-candidato a governador Danilo Cabral, não é novidade e tem sido pontuado em cima da expectativa das nomeações do segundo e terceiro escalão do governo federal.
Durante a visita do presidente Lula à Recife, circularam informações de bastidores de que teria partido do PT e não do PSB, o convite para as presenças do ex-governador Paulo Câmara e do ex-deputado Danilo Cabral, no evento.
A informação foi prontamente desmentida pelo presidente do PSB de Pernambuco, o deputado estadual Sileno Guedes, que estava na solenidade realizada no Geraldão, e disse que a agenda foi organizada pelo governo federal em parceria com a Prefeitura do Recife.
Sobre os espaços que ainda podem ser ocupados e possíveis indicações do PT de Pernambuco, Humberto Costa cita a Sudene como um órgão que está na mesa de discussões, no entanto, evitou dar detalhes de outros espaços para evitar frustrações dos próprios correligionários.
OPOSIÇÃO
O senador Humberto Costa também comentou sobre o posicionamento do PT com relação ao governo de Raquel Lyra (PSDB). Para o parlamentar, o partido deveria estar integrando o bloco da oposição e não a bancada independente na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
“Nós fomos colocados pela população na oposição, nós perdemos no primeiro e no segundo turno. Quem votou no PT, votando em Danilo Cabral e depois em Marília Arraes, tem essa expectativa”, disse Costa, em entrevista à Rádio Folha.
“Devemos ficar na oposição no campo estadual, mas uma oposição propositiva, que faz acordo. Isso não pode ser confundido com uma adesão. Tenho insistido que precisamos ter uma posição, nunca fomos um partido de ficar em cima do muro”, alertou Humberto Costa.
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