Exército toma decisão sobre militares que comemorarem golpe de 31 de março de 1964
A decisão foi em conjunto com os comandantes do Exército, Tomás Paiva, da Marinha, Marcos Olsen e da Aeronáutica, Marcelo Damasceno
O general Tomás Paiva, comandante do Exército, afirmou que oficiais que comemorarem o aniversário do golpe militar, que aconteceu em 31 de março de 1964, podem ser punidos. A reprimenda também se estende a participação em eventos organizados por militares da reserva.
A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
EXÉRCITO AMEAÇA PUNIR COMEMORAÇÕES DO GOLPE MILITAR
A orientação de punir teria sido repassada para oficiais-generais.
O Exército se preocupa, principalmente, em movimentos entre reservistas no Rio de Janeiro. Uma atenção especial deve ser dada ao Clube Militar carioca, já que um grupo de integrantes prevê um almoço para celebrar o golpe de 64.
De acordo com a Folha, generais afirmaram que não é rara a presença de militares da ativa em eventos do local.
MINISTÉRIO DA DEFESA QUER SILÊNCIO SOBRE GOLPE DE 64
José Múcio Monteiro, ministro da Defesa do governo Lula, decidiu se manter em silêncio na data do aniversário do golpe.
A decisão foi em conjunto com os comandantes do Exército, Tomás Paiva, da Marinha, Marcos Olsen e da Aeronáutica, Marcelo Damasceno.
A pasta divulgou que "não divulgará nenhum comunicado ou ordem do dia sobre a data". Integrantes do Ministério da Defesa concordam que a decisão de ignorar a data pode evitar crise com os militares e com o governo do presidente Lula.
Outros ministérios também devem ignorar a data, como o Ministério dos Direitos Humanos, que não vai emitir comunicado de repúdio ao golpe militar. Porém, a pasta organizou a "Semana do Nunca Mais", que terá uma programação dedicada à preservação da verdade, memória e justiça sobre a ditadura.
A ditadura militar no Brasil, que começou após o golpe, foi de 1964 até 1985 e é marcada por tortura, mortes e desaparecimentos. Estimativas feitas apontam para 20 mil casos de repressão no período, mas a Justiça Militar recebeu apenas cerca de 6 mil denúncias.