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Racha no Centrão ameaça poder de Lira, que já articula bloco paralelo

Agora, os aliados de Lira se preparam para apresentar um megabloco, desta vez com 164 deputados, unindo PP, União Brasil, PSDB, Cidadania, PSB, Avante e PDT

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Publicado em 01/04/2023 às 9:33
PAULO SÉRGIO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
O bloco que desafia Lira planeja ter a mesma formação durante quatro anos - FOTO: PAULO SÉRGIO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

O Centrão se dividiu na Câmara. A formação de um novo bloco de partidos, com 142 deputados, contrariou o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que, após o racha, articula contraofensiva para não perder poder.

Agora, os aliados de Lira se preparam para apresentar um megabloco, desta vez com 164 deputados, unindo PP, União Brasil, PSDB, Cidadania, PSB, Avante e PDT.

A queda de braço começou depois que o Republicanos, partido que integrava o Centrão ao lado do PP de Lira e do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixou o grupo e se aliou ao MDB, PSD, Podemos e PSC.

A nova correlação de forças tem impacto na base aliada do governo Luiz Inácio Lula da Silva, nas negociações dos partidos com o Palácio do Planalto e reflete a disputa antecipada pela cadeira do presidente da Câmara.

O deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) é o favorito de Lira para a sucessão ao comando da Casa, em fevereiro de 2025.

Articulador do novo bloco, o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, também busca se fortalecer na disputa e, ao deixar o Centrão, conseguiu montar um grupo que incluiu o MDB e o PSD, partidos com ministérios.

O movimento que rachou o Centrão agradou ao Planalto principalmente por ter surgido no momento em que Lira vem criando problemas para o governo por causa da disputa com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O bloco que desafia Lira planeja ter a mesma formação durante quatro anos. O arranjo pode conferir mais vagas a aliados do governo na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Na prática, os blocos são formados para dar musculatura aos partidos na eleição da cúpula da Câmara e também nas comissões.

O tamanho de cada um define quantas vagas serão ocupadas nesses colegiados. A estrutura também é decisiva para as votações em plenário.

Marcos Pereira espera atrair o apoio do PT para sua possível candidatura à presidência da Câmara, em 2025, mas ele nega qualquer tentativa de se opor a Lira.

"Somos aliados e leais ao Arthur. Ele é nosso líder maior e comandante principal", afirmou Pereira ao Estadão. O deputado observou que o impacto dessas articulações dependerá dos acordos "pilotados" por Lira.

"São partidos do centro, que possuem alguns pensamentos iguais sobre o andamento da Casa. Claro que não 100%, mas a grande maioria é governista e tem tudo para dar certo", afirmou o líder do novo bloco, Fábio Macedo (Podemos-MA).

Na outra ponta, o deputado Alex Manente, vice-líder da federação PSDB-Cidadania, admitiu as conversas com Lira. "Naturalmente, após o primeiro bloco, haverá a formação de outros, até para poder ter novo jogo de poder na Câmara", afirmou ele.

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