Joias da Arábia

MPF vê indícios de crime PECULATO de BOLSONARO no caso das JOIAS; confira os detalhes

Esta é a primeira vez que o MPF se manifesta sobre o caso das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita.

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Jones Johnson

Publicado em 27/04/2023 às 17:20
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A investigação do caso das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez com que procuradores do Ministério Público Federal (MPF) apontassem os primeiros indícios de crimes praticados.

Os procuradores informaram que a destinação dos bens ao patrimônio pessoal do ex-presidente pode configurar o crime de peculato, quando há desvios de recursos públicos para uso pessoal.

 

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Bolsonaro recebeu pelo menos três caixas de joias que estão avaliadas em cerca de R$ 18 milhões - REPRODUÇÃO

Segundo informações do portal UOL, é a primeira vez que o MPF se manifesta sobre os fatos. De acordo com o site, a Procuradoria já identificou, além de peculato, patrocínio de interesse privado perante a administração fazendária.

O crime de peculato prevê uma pena de 2 a 12 anos; já o de patrocínio de interesse privado, a reclusão é de um a quatro anos.

JOIAS DA ARÁBIA

As joias vindas da Arábia Saudita são aquelas avaliadas em R$ 16,5 milhões, que foram trazidas em outubro de 2021 pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

 

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Joias apreendidas pela Receita Federal são estimadas em R$ 16,5 milhões - REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

Na época, o conjunto foi retido pela Receita Federal e houve abertura de prazo para que o governo federal apresentasse documentação para que os bens fossem retirados. O prazo se encerrou em julho do ano passado e, como nada foi feito, as joias foram incorporadas ao patrimônio da União.

No fim do governo, o Palácio do Planalto tentou retirar os bens da Receita, mas não conseguiu. Desta forma, o MPF considerou que houve tentativa do crime de peculato, pois as joias já faziam parte do patrimônio público.

"Importante ressaltar que a partir da decretação de perdimento dos bens, os bens passam a ter natureza eminentemente pública, descabendo qualquer destinação particular, ainda que ao acervo pessoal do presidente da República", disse o MPF.

 

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O acervo pessoal de Bolsonaro é composto por 19.470 itens - REPRODUÇÃO

DEFESA DE BOLSONARO

Segundo o UOL, a defesa do ex-presidente não quis se manifestar sobre o caso. No inquérito, Bolsonaro afirmou que não partiu dele a ideia de retirar as joias "com urgência".

Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro, afirmou que recebeu orientação do então secretário da Receita sobre como retirar as joias e afirmou que a retirada foi um pedido do ex-presidente.

"É descabido que se fale na ocorrência de patrocínio de interesse privado. Quanto à urgência, cumpre esclarecer que ela se limitou à fase inicial do procedimento, mas isso não interferiu, em nenhuma medida, na necessidade de houvesse análise rigorosa do pedido. Tanto que, por razões técnicas, o pedido não foi atendido. Ou seja, a legalidade foi integralmente preservada", afirmou Conrado Gontijo, advogado do ex-secretário da Receita.

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