CPI 8 DE JANEIRO: Veja lista de convocados
Oposição criticou rejeição em bloco de pedidos e acusa governo de omissão
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro aprovou, nesta terça-feira (13), os primeiros 223 requerimentos, incluindo solicitações de informações e oitivas de testemunhas envolvidas nas ações após o segundo turno da eleição de 2022. Entre as solicitações, 35 são para ouvir testemunhas.
Entre as oitivas aprovadas estão as de Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e que ocupava a Secretaria de Segurança do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, além de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e Jorge Eduardo Naime Barreto, coronel responsável pelo Departamento Operacional da PM-DF.
A relatora da Comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), opinou que as oitivas devem começar na próxima semana, por Anderson Torres e Mauro Cid. Dos 39 nomes apresentados para serem ouvidos pela CPMI, quatro não foram aprovados na sessão, incluindo o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura Cunha e o atual Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino.
Marco Feliciano (PL-SP), deputado da oposição, criticou a retirada destes nomes, enquanto a relatora justificou que eles podem ser ouvidos em uma segunda rodada de oitivas e que a Comissão segue uma lógica e organização cronológicas. A CPMI tem seis meses de trabalho para realizar as investigações.
O QUE A CPMI REJEITOU DA OPOSIÇÃO?
A base governista, que tem a maioria na comissão, aprovou todos os requerimentos propostos pela relatora da CPMI, mas rejeitou 63 requerimentos da oposição, muitos dos quais com conteúdo semelhante. Entre os pedidos negados, estava o acesso às imagens do circuito interno do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Itamaraty, além de documentos relacionados à viagem do presidente Lula a Araraquara no final de semana de 8 de janeiro, quando ocorreram os atos golpistas.
O QUE DZ A OPOSIÇÃO?
A oposição acusa o governo de omissão. O deputado Filipe Barros (PL-PR) criticou a rejeição em bloco dos requerimentos e defendeu uma investigação isenta. Já o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) argumentou que diversos requerimentos da oposição foram aprovados e que a rejeição se deu em casos específicos. Por sua vez, o deputado Pastor Henrique Viera (PSOL-RJ) justificou que alguns requerimentos da oposição desvirtuariam o trabalho investigativo e desviavam o foco da verdade e do contexto anterior ao golpe.
POR AGÊNCIA BRASIL