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Marcos do Val diz que operação da PF é 'tentativa de intimidá-lo' e admite ter mentido à imprensa

Polícia Federal vasculhou o gabinete do senador, apreendeu seu celular e bloqueou as suas redes sociais

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Estadão Conteúdo

Publicado em 15/06/2023 às 22:05
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O senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse na noite desta quinta-feira (15) que a operação feita pela Polícia Federal em seu gabinete é uma "tentativa de intimidação" capitaneada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O parlamentar também desafiou o magistrado. "Se eu fui incluído como um possível suspeito de um ato antidemocrático, o ministro precisa ser incluído também, porque ele que me pediu para ir a essa reunião", disse em entrevista à GloboNews.

A reunião à qual o senador se refere é um suposto encontro, convocado por Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira, no qual eles pretendiam organizar um golpe de Estado. Do Val diz que foi aconselhado por Moraes a comparecer, com o objetivo de obter informações.

O senador comparou a situação que está passando com uma "emboscada" arquitetada pelo ministro. "É como se eu dissesse para você: ‘Olha, vai lá onde está vendendo droga, me diz o que está acontecendo’. E depois você volta, e eu te incluo no inquérito dizendo que você é traficante", disse durante a entrevista.

Em fevereiro, Moraes confirmou que de fato ouviu a trama relatada pelo senador, mas que o parlamentar teria se recusado a formalizar denúncia.

O episódio foi classificado pelo ministro de "ridículo" e comparado a uma "operação Tabajara". Do Val é investigado pelos crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa

Nesta quinta, Do Val admitiu ter mentido para a imprensa, usando de uma estratégia que ele chamou de "persuasão".

"Desde a Segunda Guerra Mundial isso é usado, para ter engajamento da imprensa para mandar as mensagens que eu precisava mandar, que era para os ministros", disse o senador.

Durante a operação desta quinta, que vasculhou o gabinete do senador, apreendeu seu celular e bloqueou as suas redes sociais, Do Val teria se negado a prestar depoimento. Ele disse que a equipe jurídica do Senado vai cuidar de seu caso, porque "houve uma invasão, uma irregularidade".

De acordo com o senador, no depoimento que ele já havia prestado no bojo das investigações a que responde na Polícia Federal, é que está "a versão verdadeira, com detalhes até da roupa que todo mundo estava usando. O que foi dito para a imprensa não era nada oficial. Eu usei a estratégia da persuasão".

Nas redes sociais, Do Val vinha acumulando publicações nas quais acusa Moraes, Lula e Flávio Dino de terem prevaricado de propósito, em conluio, para armar uma "emboscada" para os manifestantes dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro em Brasília.

Na entrevista desta quinta, o senador reiterou suas publicações e disse que tinha em seu gabinete "documentos que colocam o STF e o TSE na lista da Abin", aos quais Moraes queria ter acesso. "Estou enfrentando um sistema enorme sozinho, porque os outros senadores recuaram", disse o senador.

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