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Lula usa transmissão oficial para acusar Bolsonaro de coordenar golpe de Estado

O governo petista utiliza as dependências do Executivo - a segunda edição do "Conversa com o presidente" foi realizada no jardim do Palácio da Alvorada - para as transmissões, que são feitas nas páginas oficiais de Lula e na página da TV Brasil na internet

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Publicado em 19/06/2023 às 22:34 | Atualizado em 20/06/2023 às 7:04
Ricardo Stuckert / divulgação
Lula estará distante da semana quente no Legislativo e no Judiciário. Ele embarcou para viagem oficial à Europa - FOTO: Ricardo Stuckert / divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a sua live semanal para atacar o seu principal adversário político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Às vésperas do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode deixar Bolsonaro inelegível, o presidente afirmou que está "provado" que o antecessor coordenou uma tentativa de golpe no País após a derrota na disputa presidencial do ano passado.

O governo petista utiliza as dependências do Executivo - a segunda edição do "Conversa com o presidente" foi realizada no jardim do Palácio da Alvorada - para as transmissões, que são feitas nas páginas oficiais de Lula e na página da TV Brasil na internet. O foco anunciado da iniciativa, que repete formato que se tornou popular com o próprio Bolsonaro, seriam as ações de governo.

Esta segunda, porém, Lula gastou parte do tempo com o rival, mesmo sem ser diretamente questionado sobre o tema pelo entrevistador, Marcos Uchôa, contratado pela TV Brasil. "Já está provado que eles tentaram dar um golpe e coordenado pelo ex-presidente, que agora tenta negar. Quando ele perdeu as eleições, ele se trancou dentro de casa para ficar preparando o golpe", afirmou.

"Vamos apurar isso com muita tranquilidade, todo mundo terá chance de se defender. Eu quero que as pessoas fiquem tranquilas que nós vamos investigar. Quem tiver culpa no cartório vai pagar Vai ser julgado pela Justiça comum e irá para a cadeia se tiver cometido crime."

Bolsonaro ficou em silêncio por cerca de 45 horas após ser derrotado por Lula no segundo turno das eleições de 2022, que ocorreu em 30 de outubro. Em discurso de 2 minutos e 21 segundos no dia 1º de novembro, o então chefe do Executivo não contestou a derrota e afirmou que cumpriria a Constituição.

MENSAGENS

Na semana passada, foram reveladas informações da investigação da Polícia Federal que encontrou no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, um roteiro para um "golpe de Estado". O documento de três páginas recebeu o título "Forças Armadas como poder moderador" e está dentro de um relatório de 66 laudas elaborado pela inteligência da PF sobre o que está no celular de Cid.

A polícia já havia achado no celular do militar o rascunho de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e mensagens que articulavam uma investida antidemocrática. A defesa do ex-presidente afirmou que ele "jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado".

Nesta quinta-feira, o TSE julgará a ação que pode tornar Bolsonaro inelegível. O processo foi movido pelo PDT e acusa o ex-presidente de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por atacar o processo eleitoral em reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, quando ainda era presidente.

‘APAVORAR’

No fim de semana, Bolsonaro demonstrou pessimismo em relação ao resultado do julgamento, o primeiro de uma série de ações das quais é alvo na Corte Eleitoral. O ex-presidente admitiu que "os indicativos não são bons". "Não vamos nos apavorar com o resultado que vier. Obviamente (a gente) não quer perder os direitos políticos. A gente quer continuar vivo contribuindo com o País", afirmou.

"Nós temos esse problema agora. Até mesmo uma condenação de inelegibilidade porque me reuni com embaixadores antes do período eleitoral. Vamos enfrentar isso no dia 22 agora. Já sabemos que os indicativos não são bons, mas eu estou tranquilo", prosseguiu o ex-presidente em evento de filiação de prefeitos ao PL na cidade de Jundiaí (SP).

A agenda política da semana prevê outros possíveis eventos de tensão, além do julgamento da ação contra Bolsonaro no TSE. Esta terça, a CPI Mista do 8 de Janeiro inicia a fase de depoimentos ouvindo o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.

Apoiador do ex-presidente, Silvinei é investigado em razão da operação nas estradas na data do segundo turno das eleições. A suspeita é de que a ação teria por objetivo atrapalhar o deslocamento de eleitores de Lula, sobretudo no Nordeste, tradicional reduto petista.

Quarta, o advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), será sabatinado pelo Senado. Lula, contudo, estará distante da semana quente no Legislativo e no Judiciário. Ele embarcou para viagem oficial à Europa.

BOLSONARO INELEGÍVEL? VEJA COMO SERA O JULGAMENTO DO EX-PRESIDENTE:

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