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Brasil e Argentina adotam ações conjuntas para fortalecer aliança

Alberto Fernández faz visita de Estado a convite do presidente Lula

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Esaú Júlio

Publicado em 26/06/2023 às 17:29
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje, em uma coletiva de imprensa, que o Brasil e a Argentina implementaram quase 100 medidas para concretizar o projeto conjunto de desenvolvimento entre os dois países. Lula destacou que o governo brasileiro está trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente para as exportações brasileiras para a Argentina.

No Palácio do Itamaraty, em Brasília, durante visita do presidente argentino Alberto Fernández, a convite de Lula, os líderes afirmaram que adotaram um plano de ação ambicioso para o relacionamento da aliança estratégica.

A visita ocorreu no contexto das comemorações dos 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Argentina, sendo que a Argentina foi o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil em 25 de junho de 1823.

O QUE LULA GARANTIU? 

Lula garantiu que a integração é uma política de Estado e que a parceria entre Brasil e Argentina deve ser elevada em níveis elevados.

A integração econômica foi destacada como uma interdependência entre os países, construída por meio da troca de bens de alto valor agregado e da integração produtiva de suas economias. Além disso, os investimentos recíprocos foram apontados como responsáveis por quase cem mil empregos.

O presidente expressou sua satisfação em relação às perspectivas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as exportações brasileiras destinadas à construção do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner. A Argentina tem defendido a proposta de construção de um gasoduto que conecte as reservas de gás xisto (shale) de Vaca Muerta ao Brasil.

O QUE DIZ LULA? 

Lula enfatizou a importância de evitar que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países devido à falta de oferta de crédito. Ele enfatizou que todos têm a ganhar com a criação de uma linha de financiamento das exportações brasileiras para a Argentina, incluindo as empresas, os trabalhadores brasileiros e os consumidores argentinos.

Durante seu discurso, Lula mencionou novamente a adoção de uma moeda de referência específica para o comércio regional, visando reduzir os custos operacionais e a dependência de moedas estrangeiras. Ele destacou a necessidade de seguir nessa direção, com soluções criativas que conseguiram uma maior integração financeira e facilitem as trocas comerciais.

A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil. Em 2022, as exportações brasileiras para a Argentina totalizaram US$ 15,3 bilhões, enquanto as bandeiras de produtos argentinos alcançaram US$ 13 bilhões.

Durante uma visita, Lula condecorou o presidente Fernández com o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, uma honraria concedida a personalidades estrangeiras que receberam o reconhecimento da nação brasileira. A primeira-dama argentina, Fabíola Yañez, também foi condecorada com a Ordem de Rio Branco.

Vale ressaltar que esta foi a quinta reunião entre os dois líderes em 2023. Além da posse de Lula em janeiro, em Brasília, o presidente brasileiro realizou uma visita oficial à Argentina em sua primeira viagem internacional durante seu terceiro mandato. Na ocasião, em 23 de janeiro, foi assinada uma declaração conjunta com diversos compromissos.

O QUE ENFRENTA A ARGENTINA? 

A Argentina enfrenta atualmente uma grave crise econômica, com desvalorização de sua moeda local, perda de poder de compra e altos índices inflacionários. Além disso, uma seca histórica afetou a produção agrícola do país, aprofundando a crise e trabalhando em risco as metas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação ao pagamento de dívidas.

Lula tem se empenhado em iniciativas conjuntas de ajuda ao país vizinho, principalmente para evitar a queda das exportações brasileiras. No mês passado, durante sua visita ao Japão, ele discutiu a situação econômica da Argentina com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, e buscou apoio junto ao bloco econômico do BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

 

 

Com informações da Agência Brasil

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