Comissão do Senado aprova convite para que Campos Neto explique juros da Selic
É a 2ª vez que o presidente do BC é convidado a falar sobre o assunto
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado improvisado nesta terça-feira (27) quatro requerimentos convidando o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para explicar à comissão os motivos pelos quais a taxa básica de juros, conhecida como taxa Selic, permanece em 13,75% ao ano.
Esta é a segunda vez neste ano que Campos Neto é convidado a abordar o assunto no Senado. Como se trata de um convite e não de uma convocação, Campos Neto não tem obrigação de comparecer.
Dois dias após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ter mantido, pela sétima vez consecutiva, a taxa Selic atual, o líder do governo no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), apresentou um pedido para ouvir o presidente do BC.
"A continuação da mais alta taxa de juros reais do mundo por Campos Neto é inaceitável e está prejudicando o Brasil e o povo brasileiro! A quem interessa impedir o crescimento econômico do nosso país?", questionou a liderança governista. Randolfe acrescentou que não descarta tomar outras medidas contra Campos Neto.
Na segunda-feira (26), também foram apresentados requerimentos pelos senadores da oposição Plínio Valério (PSDB-AM), Rogério Marinho (PL-RN) e Ciro Nogueira (PP-PI) para ouvir Campos Neto.
Sem pedido, Marinho, líder da oposição no Senado, argumentou que o Banco Central já explicou os motivos da taxa básica de juros atual. "Apesar das tendências recentes do presidente Campos Neto, defendemos o debate sobre o assunto, bem como esclarecimentos adicionais, se necessários", explicou.
O presidente do Banco Central tem sido alvo de críticas do governo, dos centrais sindicais e das organizações patronais devido à manutenção da taxa básica de juros atual.
Na semana passada, a senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA) chegou a pedir a exoneração do presidente do BC ao Conselho Monetário Nacional (CMN), "devido ao seu desempenho insuficiente e repetição no alcance dos objetivos da instituição".
Nesta terça-feira (27), a ata do Copom indicou que os juros podem começar a diminuir a partir de agosto. Ao abrir a sessão da CAE de hoje, o presidente da Comissão, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), celebrou ata do Banco Central. "Esperamos, portanto, que as perspectivas positivas se concretizem e que a Selic comece o aguardado processo de redução", afirmou.
Com informações da Agência Brasil