Ditadura

Lula volta a elogiar a ditadura de Maduro

As declarações foram feitas após o presidente ser questionado sobre o motivo de ele e integrantes de seu governo não considerarem o regime de Maduro uma ditadura

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Publicado em 29/06/2023 às 23:13
Ricardo Stuckert
"Precisamos tratar Venezuela e Cuba com muito carinho", disse Lula em entrevista - FOTO: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a ditadura da Venezuela e disse que o país comandado por Nicolás Maduro "tem mais eleições do que o Brasil". Segundo o petista, "o conceito de democracia é relativo".

"Vai ter eleições esse ano na Venezuela. Quem quiser derrotar o Maduro derrote nas próximas eleições e assuma o poder. Vamos lá fiscalizar. Se não tiver eleição honesta, a gente fala", afirmou Lula, durante entrevista à Rádio Gaúcha.

As declarações foram feitas após o presidente ser questionado sobre o motivo de ele e integrantes de seu governo não considerarem o regime de Maduro uma ditadura.

O presidente disse ainda que gosta de democracia e a exerce com "plenitude". "O mundo inteiro sabe que a governança do PT é exemplo de exercício da democracia", declarou o petista. "O que não está correto é a interferência de um país dentro de outro", acrescentou.

NICARÁGUA

Em relação a um outro aliado de esquerda altamente contestado, o ditador Daniel Ortega, da Nicarágua, Lula disse que vai conversar com ele para resolver "os problemas da Igreja". A ditadura da Nicarágua faz perseguição a padres católicos.

Na entrevista, o presidente ainda voltou a defender o financiamento de obras no exterior, como na Argentina, medida criticada em outros governos petistas. "Quando a gente financia obras no exterior, está exportando engenharia."

Ainda de acordo com o presidente, Venezuela e Cuba vão pagar as dívidas de obras financiadas no passado e o governo vai promover parcerias público-privadas (PPPs) "como jamais foi feito".

EMBARGOS

Em janeiro, durante viagem a Buenos Aires, Lula já havia defendido as ditaduras de Venezuela e Cuba. Ele disse que era preciso tratar os países "com carinho".

Na ocasião, o presidente comparou os embargos aos dois países com a ocupação da Rússia na Ucrânia, dizendo que é a favor da soberania dos povos.

"Sou contra ingerências externas nos processos venezuelanos. É preciso resolver com diálogo e não com bloqueio", afirmou. "Precisamos tratar Venezuela e Cuba com muito carinho."

Em maio, Lula recebeu Maduro, no Palácio do Planalto. Sem citar violações de direitos humanos e políticos reconhecidos pelas Nações Unidas, o petista isentou o presidente da Venezuela de responsabilidades sobre a crise econômica que atinge o país e condenou as sanções que recaem sobre o regime chavista.

Ao lado de Maduro, Lula afirmou, na época, que a Venezuela precisava divulgar sua "narrativa" sobre a situação política e econômica do país.

Na terça-feira, o Tribunal Penal Internacional autorizou que seu procurador retome as investigações sobre supostos crimes contra a humanidade cometidos na Venezuela pelo governo de Maduro.

 

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