O deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) será o novo ministro do Turismo do governo Lula. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (13), após a novela da saída de Daniela Carneiro da pasta que se alonga por mais de um mês.
A mudança ocorre depois da pressão do Centrão por mais espaço na atual gestão em troca de apoio a projetos no Congresso.
Em nota, o Planalto informou que Lula teve reunião com Sabino e a nomeação para o Turismo sairá no Diário Oficial nos próximos dias.
Daniela ficou no cargo por pouco mais de seis meses e ganhou duas sobrevidas à frente do ministério enquanto o governo não fechava a negociação com o União Brasil. Na última sexta-feira, 7, ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, informou que há expectativa de a ex-chefe do Turismo assumir a vice-liderança do governo na Câmara dos Deputados.
Eleito pelo PSDB em 2018, Sabino deixou a legenda após se alinhar ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defender que o partido apoiasse Arthur Lira (PP-AL) em vez de Baleia Rossi (MDB-SP), então candidato de Rodrigo Maia. A decisão do deputado de apoiar o candidato do governo à Presidência da Câmara culminou com a abertura de um processo de expulsão da sigla.
A troca no Ministério do Turismo virou uma meta da articulação do governo depois de derrotas e riscos para o Planalto em votações na Câmara. Com uma bancada de 59 deputados, o União Brasil foi cobrado a entregar mais votos para pautas de interesse do Executivo, porque já tinha sido contemplado com três ministérios na formação do governo: Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional. Mas a bancada do União na Câmara respondeu aos articuladores do presidente que não tinha sido responsável pela indicação de nenhum desses ministros.
Daniela era tratada como uma escolha pessoal de Lula, enquanto Desenvolvimento Regional é considerado uma indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP). Só a pasta de Comunicações é vista como uma premiação aos deputados do União.
Como Daniela recorreu à Justiça Eleitoral para deixar o União Brasil, o partido passou a pressionar o Planalto para trocá-la por Sabino. Padilha chegou a prometer que Lula faria essa mudança até o dia 21 de julho, mas a ministra conseguiu adiar o desembarque e negociar recompensas para uma espécie de "saída honrosa".