POSICIONAMENTO POLÍTICO

PT de Pernambuco discute o tom que adotará em oposição a Raquel Lyra

O martelo sobre o posicionamento do partido petista será oficializado pelo Diretório Estadual na próxima sexta-feira (4)

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 01/08/2023 às 19:24 | Atualizado em 01/08/2023 às 19:35
RICARDO STUCKERT/DIVULGAÇÃO
A relação republicana adotada entre o presidente Lula e a governadora Raquel Lyra será levada em consideração na definição de como será feita a oposição do PT ao Governo do Estado - FOTO: RICARDO STUCKERT/DIVULGAÇÃO

O Partido dos Trabalhadores (PT) já definiu que fará oposição à governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB). O que deve ser decidido, no entanto, é o tom que se dará esse posicionamento. Na noite desta terça-feira (1º), os membros da Executiva do partido vão se reunir para tentar chegar a um entendimento, mas a orientação oficial será formalizada na próxima sexta-feira (4), junto com o Diretório Estadual.

O presidente estadual do PT, Doriel Barros, evitou fazer qualquer antecipação relacionada à disposição do partido, mas afirmou que isso será feito com unidade, sem deixar de levar em consideração o resultado das urnas nas eleições de 2022, que garantiu a eleição de Raquel Lyra no segundo turno.

“O debate vem acontecendo desde o início do ano. O PT não tinha tomado uma posição de independência e agora está rediscutindo a posição. O PT ainda não tinha sentado para fazer esse debate, o que ocorreu é que os deputados aqui na Casa, tinham que ficar independentes esperando o partido tomar sua posição”, declarou Barros.

Para o líder do PT na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual João Paulo, existem muitos desafios para que a legenda seja oposição no Estado, principalmente pela postura republicana que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem adotado com os governadores, independente de suas bandeiras partidárias.

“Talvez para a sociedade pernambucana não seja a referência da oposição do PT local, mas da referência que tem com o governo nacional”, disse o parlamentar petista. Inclusive, há prefeitos do partido como Márcia Conrado, de Serra Talhada, e Luiz Aroldo, de Águas Belas, que têm relação próxima com a governadora, e que o PT espera ter reciprocidade nessa relação republicana, mesmo com o partido aderindo a oposição.

Outro ponto colocado pelo João Paulo é com relação a capitalização dos investimentos que têm sido direcionados pelo governo federal para o Estado. “Acho que está sendo pouco capitalizado pelo PT, as ações estão muito canalizadas com a imagem do Governo do Estado”, avaliou.

PT quer apresentar projeto político para Pernambuco diferente de Raquel Lyra

A deputada Rosa Amorim lembrou que a cobrança para que o PT assumisse um posicionamento diante do Governo Raquel Lyra, tem sido feita desde o começo da nova gestão.

“Existe uma natureza quase que consequente pelo fato de termos apoiado dois candidatos que não se elegeram, então Raquel estaria do lado oposto nessa polarização que estava colocada em Pernambuco, e até hoje ela não diz de que lado está”, avaliou a parlamentar.

Sobre essa neutralidade da chefe do Executivo estadual, Rosa Amorim também chama atenção para a composição da gestão que tem em seus quadros nomes ligados ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Uma postura de um governo que se coloca cada vez mais à direita em Pernambuco. E uma ineficiência até agora para questões reais e concretas da vida do povo pernambucano e que se distancia do projeto político que o PT quer pautar", afirmou a deputada.

Ela citou como exemplo, ações consideradas insuficientes  de combate a violência no Estado, que foram apresentadas no lançamento do programa Juntos pela Segurança, nessa segunda-feira (31). "Foi apresentado para o povo algo que ainda será construído, e isso deixa muito a desejar", finalizou. 

PT também conversas com outros partidos

Nesta semana, o bloco da oposição formado pelo PSOL e PSB, vão se reunir ainda nesta semana e um dos temas será a adesão do PT ao grupo e qual será os próximos passos dentro dessa nova formatação, segundo informou a líder da oposição Dani Portela (PSOL).

“Com certeza nós vamos conversar, a oposição sempre esteve de braços abertos para receber mais gente, imagina para um partido que tanto o PSB quanto o PSOL fazem parte da base do governo federal”, disse a parlamentar.

Um grande questionamento é que tipo de impactos essa decisão de ser oposição ao Governo do Estado trará para a atuação da federação PT, PV e PCdoB. O bloco tem no total sete parlamentares, mas parte deles votam junto com a base da governadora Raquel Lyra, a exemplo dos deputados João de Nadegi e Joaquim Lira, ambos do Partido Verde. 

Sobre essa questão, a Executiva do PT-PE tem feito o dialogo com a direção do PV e do PCdoB e há interesse dos partidos de também tomarem uma definição, o que deve ser divulgado em carta nesta semana também. 


 

 

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