Deputados se queixam sobre as dificuldades de acesso aos secretários do Governo Raquel Lyra
Os deputados Izaías Regis (PSDB), João Paulo (PT) e Lula Cabral (Solidariedade) participaram do programa Debate da Super Manhã, da Rádio Jornal
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) está prestes a iniciar os debates sobre o pacote de justiça fiscal, chamado de Descomplica PE pelo Governo do Estado, e que será encaminhado ainda neste mês de agosto. A base governista acredita que a proposta - que entre outros pontos trata do aumento da alíquota do ICMS e da redução do IPVA para 2,4% - deverá alcançar mais de 30 votos para sua aprovação.
No entanto, esse otimismo acaba esbarrando nas queixas de muitos parlamentares, inclusive de aliados da gestão estadual, sobre as dificuldades em terem acesso aos secretários estaduais, o que pode acabar impactar na articulação dessa unidade desejada.
Líder do PT na Alepe, o deputado estadual João Paulo, criticou a ausência de representantes do Governo de Pernambuco na audiência pública realizada nessa segunda-feira (14), para debater os impactos da proposta de privatização da Compesa. O parlamentar petista disse que o Governo Raquel Lyra (PSDB) foi iniciado com o que chamou de “pecado original”, pela ausência de transição do secretariado.
“O Governo vem perdendo para ele mesmo. Acho que há uma dificuldade, e não digo nem em relação a governadora Raquel Lyra, mas da grande maioria dos seus secretários que parecem não ter uma independência”, disse João Paulo, durante o programa Debate da Super Manhã, da Rádio Jornal, nesta terça-feira (15).
A observação feita pelo deputado do PT foi corroborada próprio líder do Governo, o deputado estadual Izaías Régis (PSDB), que também participou do debate.
“Quero dizer que os deputados têm um pouco de razão porque há uma ausência de alguns secretários que não dão respostas, até a mim que sou líder do governo”, disparou o parlamentar. No entanto, Izaías disse que não se deve culpar a governadora Raquel Lyra que tem sido solícita quanto a atenção dada aos parlamentares.
Arrumação das bancadas
Na retomada dos trabalhos legislativos, neste segundo semestre, a configuração das bancadas na Assembleia Legislativa começou a ganhar novo formato. Recentemente, a Federação PT, PV e PCdoB, oficializou que vai atuar no bloco de oposição ao Governo Raquel Lyra. Em paralelo, três dos quatro deputados do Solidariedade - partido da ex-deputada federal Marília Arraes - afirmaram que vão aderir à base governista.
O deputado estadual Lula Cabral, único da bancada a firmar um posicionamento independente, comentou sobre o assunto durante participação do Debate da Super Manhã.
“Sou completamente independente. Jamais votarei em aumento do imposto para o trabalhador. Essa é minha independência”, disse o parlamentar. “Houve uma orientação do presidente do Solidariedade para ser oposição ao governo, mas o deputado é eleito pelo povo e não pode seguir todas as orientações do partido. Temos que estar à disposição do povo”, destacou Cabral.
Ainda segundo Lula Cabral, ele continuará cobrando do Governo do Estado a resolução de pleitos antigos no município do Cabo de Santo Agostinho, como a requalificação da PE-28 que dá acesso às praias da cidade; a construção de um batalhão de polícia e de ações de enfrentamento da violência na localidade; e a regularização do abastecimento de água.
Fecharam compromisso com a governadora Raquel Lyra, os deputados Gustavo Gouveia, 1º secretário da Alepe, Luciano Duque, líder do Solidariedade na Casa, e Fabrício Ferraz.