Filhos de prefeito preso em Pernambuco estariam envolvidos em esquema, diz PF
Durante as investigações foram identificados uma série pessoas vinculadas ao gestor, inclusive, dois filhos
Na manhã desta terça-feira (5) o prefeito do município de Água Preta, Noé Magalhães (PSB), foi detido pela pela Polícia Federal (PF) em um apartamento em Boa Viagem na Zona Sul do Recife. A prisão ocorreu durante a execução da segunda fase da Operação Diluvio. A ação busca identificar a organização criminosa especializada em crimes de corrupção, desvio de recursos públicos, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro, agiotagem em um município da Mata Sul do Estado de Pernambuco.
Desde a primeira fase em maio desse ano, o gestor municipal era alvo de investigações. Na etapa anterior foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. Os locais eram nos nos municípios de Água Preta, Cabo de Santo Agostinho, Catende, Gravatá, Jaboatão dos Guararapes, Palmares, Paulista, Recife e Tamandaré.
De acordo com delegado da Policia Federal, Márcio Tenório, a ação de hoje iniciou em 2022 e a segunda fase foi deflagrada a partir da analise da anterior. "A prisão do primeiro investigado decorre de atos a partir da deflagração da primeira fase em maio desse ano e dizem respeito tentativas de obstrução da justiça comprovadas após o dia 23 de maio", destacou o delegado.
Tenório destacou que foi possível identificar em maio indícios do envolvimento de outras pessoas no esquema como também a identificação de novas contas bancárias utilizadas pelos investigados. "Além disso, foram identificados a partir da análise dos documentos uma série pessoas vinculadas ao gestor, inclusive, dois filhos maiores de idade. Eles eram utilizados para esconder ou dificultar a localização do patrimônio", pontuou o delegado.
Participaram da operação 40 policiais federais, servidores da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União. No total foram sete mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, na região metropolitana de Recife (RMR) e no município de Palmares na Zona da Mata Sul do Estado. As penas máximas para os crimes investigados de acordo com a nota da PF são de 40 anos de reclusão.
No final desta tarde a PF divulgou que Noé Magalhães passou por audiência de custódia que determinou permanência do prefeito no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima na RMR.
1ª Fase
Na primeira fase foram realizadas busca e apreensão na sede da prefeitura da Água Preta , em imóveis do prefeito Noé Magalhães, no escritório dele em Palmares e em um posto de combustível. As investigações apontaram que o prefeito teria contratado urgentemente uma empresa para prestar serviço de manutenção preventiva dos veículos da prefeitura. O fato da organização ser situada a mais de 110 km de Água Preta chamou atenção durante a apuração da PF.
De acordo com a polícia existem indícios de relações pessoais entre o prefeito e o proprietário dessa empresa.
O delegado também revelou que nessa fase ocorreu uma certa tentativa de "queima de arquivo". "Na primeira fase identificamos uma servidora da prefeitura que por determinação do investigado foi à um endereço dele, endereço comercial no Recife e retirou os documentos e equipamentos que existiam no local para esconder da polícia. Ela atuava como secretária particular do gestor, mas era servidora do município", finalizou.