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"O presidente estava preocupado com a vida financeira", diz Mauro Cid sobre venda de joias de Bolsonaro segundo as revelações da Veja

O coronel declarou que "apesar de tudo eles não fizeram nada errado", pois os itens eram do acervo pessoal do ex-presidente

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Tainá Alves

Publicado em 15/09/2023 às 14:34 | Atualizado em 15/09/2023 às 20:29
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Com informações das revelações da Revista Veja 

O braço direito do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) durante os quatro anos de mandato, o tenente-coronel Mauro Cid, assinou um acordo de colaboração no sábado (9), e de acordo com reportagem da revista Veja, em depoimento, Cid disse que não acorria nada no gabinete presidencial, escritórios da equipe sênior e salas de espera, sem que ele tivesse conhecimento. Ele acompanhava toda agenda de Bolsonaro, assim como cuidava das contas da família, tendo entregue dinheiro vivo ao ex-presidente.

Cartão de vacinação

Em depoimento o coronel declarou que tentou falsificar os dados do Ministério da Saúde para comprovar que sua esposa e filha foram vacinadas contra Covid-19. Cid informou que a alteração dos dados seria para evitar problemas caso fosse alvo de perseguições após o governo de Bolsonaro.

"Eu estava com medo de perseguição, a gente não sabia o que ia acontecer. Estava com medo de a minha filha não poder ir para a escola, a minha esposa não poder entrar no mercado", explicou.

As investigações da PF alegam que a fraude nos cartões teria ocorrido para que viagens internacionais da família pudessem ocorrer. Na época da pandemia da Covid-19 era necessário apresentar a confirmação da vacinação para realizar qualquer ida ao exterior.

Joias

O militar afirmou ter contribuído na venda de dois relógios de luxo de Bolsonaro. Um relógio era da marca Patek Philippe e o outro da Rolex. Cid declarou que o dinheiro da venda foi transferido para Bolsonaro.

De acordo com a polícia a transação foi realizada nos Estados Unidos quando o ex-presidente viajou no final de 2022.

"O presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já havia sido condenado a pagar várias muitas", contou Cid.

O coronel também deixou claro que “apesar de tudo eles não fizeram nada errado”, pois os itens eram do acervo pessoal de Bolsonaro e, poderiam ser comercializados. "A venda pode ter sido imoral? Pode. Mas a gente achava que não era ilegal", disse.

As investigações comprovaram após analisas as transações bancarias, que algumas peças não haviam registros como o relógio Patek Philippe. O bem nunca foi catalogado nem no setor responsável pelo recebimento de presentes.

Para a PF ex-presidente pode ter elaborado uma forma de desviar objetos do acervo público de alto valor, mas ainda é possível definir como a resposta da investigação. Pois no caso das vendas dos relógios o coronel declarou que o valor foi depositado na conta do pai dele o, general Mauro Lourena Cid, sacado em espécie e repassado em mãos a Bolsonaro.

A polícia afirma que a entrega dos valores 68000 dólares, ocorreu de maneira parcelada, parte do pagamento nos EUA.

Exigências

O ministro Alexandre de Moraes determinou que mesmo com as colaborações Mauro Cid precisa cumprir algumas determinações.

Usar a tornozeleira eletrônica, permanecer em sua residência durante a noite e nos fins de semana e comparecer semanalmente à Justiça de Brasília. Além disso, o coronel não pode sair do Brasil ou se comunicar com o ex-presidente ou os advogados dele.

Eleições 2022

No celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi encontrado textos que tratava sobre a anulação das eleições 2022, uma intervenção no STF e a convocação de uma nova votação.

O coronel declarou que devido as funções que exercia seu celular recebia diversas mensagens sobre vários assuntos. "Eu recebia um monte de besteira nesse sentido, de gente que defendia intervenção, mas não repassava para o presidente. Qual o valor daquele texto encontrado no meu celular?", disse.

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