Mendonça Filho quer convocar ministro de Minas e Energia e presidente da Petrobras para que expliquem ingerência política na estatal
Anúncio de que o estatuto foi modificado para possibilitar indicações políticas fez a Petrobras perder mais de R$ 30 bilhões em valor de mercado em um dia
O deputado federal Mendonça Filho (União Brasil-PE) apresentou nesta terça-feira (24) um requerimento de convocação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do presidente da Petrobras, Jean Paul Terra Prates, para prestar esclarecimentos sobre as alterações na política de indicações de cargos da alta administração e conselhos da estatal, que passa a admitir indicações políticas. Ou seja,
"A Petrobras é um patrimônio do povo brasileiro e deve ser blindada de interferência na sua gestão. É lamentável que uma empresa de porte internacional, que deveria estar sendo preservada, ter de passar por mais essa. A gente assiste essas ações que vão na contramão daquilo que deveria acontecer", destacou Mendonça.
O anúncio da mudança no Estatuto da Petrobras foi feito na última segunda-feira (23) e, a notícia, foi responsável por uma perda de valor da empresa superior a R$ 30 bilhões, somente no dia que a informação chegou ao mercado. O risco das indicações políticas faz os investidores rememorarem o estrago feito na empresa e na economia do País durante o chamado 'Petrolão', escândalo de corrupção que quase quebrou a Petrobras.
"Mais uma ação do governo do PT que vai na direção da interferência nas estatais. O mercado entende que a empresa vai perder qualidade na sua gestão. Sua administração vai enfatizar alinhamento político e não a capacidade técnica e administrativa. Isso se traduz em prejuízo para a sociedade, menor lucro, pior resultado, menor possibilidade de ampliar produção e redução na geração de emprego e renda", detalhou Mendonça Filho.
Além da alteração da política de indicação, que vai possibilitar que pessoas do meio político ocupem cargos na empresa, foi criada também a reserva de remuneração de capital. Muitos investidores venderam ações por entender que a mudança afeta a política de distribuição de lucros.